Capítulo 38

257 16 86
                                    

POV: Catarina

  Novamente sua resposta me deixou completamente sem ter sobre o quê falar. Sem nenhuma palavra para conseguir expressar.

  Sua verdade estampada é capaz de tirar não só toda a minha possível raiva, como acalmar completamente a minha alma.

  Me fazer me sentir verdadeiramente amada.

  Amada em todos os sentidos, em todos os ângulos, palavras. Em todas as minhas imperfeições e por que não maldições?

  - Esteve com tantas mulheres assim? - perguntei fingindo desinteresse, a pergunta era boba, porque eu já sabia a resposta.

  Muito pelo sorriso completamente cafajeste que ocupou seus lábios, outro pela demora em me responder.

  - Nenhuma delas tão especial quanto você.

  - Odeio essa sua forma de me deixar mole, me fazendo esquecer que estou brava com você.

  - Arri, mas eu nem disse nada, favinho.

  - Por isso mesmo, eu te fiz uma pergunta. Por acaso não se lembra de quantas foram ou está com medo de me assustar com o número cabuloso?

  - Ocê tá com ciúmes - riu baixinho.

  - Não tenho ciúmes de você!

  E isso era uma grande e completa mentira, já que eu não tinha razão nenhuma para ficar irritada e mesmo assim estava.

  Estava, mas não por não conseguir imaginar todas as mulheres com que esteve, mas pela sua capacidade de ser tão insuportavelmente irresistível. Cretino.

  A sedução de Petruchio não está apenas nas suas palavras, não chega a ser de toda forma uma sedução em sua forma literal, mas sim uma provocação, um encantamento que chega a ser simples e arrebatador, não apenas por sua força, mas ainda assim, sem razão.

  É claro que ele é um homem bonito, é muito mais do que apenas isso, mas não é apenas isso que me atrai, não é apenas a forma com que seus olhos cruzam os meus e transmitem tudo aquilo que eu sempre precisei sentir, mas também pela forma com que sorri e parece debochar não só da minha raiva. É também a forma com que demonstra toda a sua ironia, me desafiando a aumentar o motivo do seu olhar, justificando o seu conquistar.

  - No que está pensando agora? - perguntou.

  Só então percebi que já estávamos na rua de casa, a carroça foi parada e agora tinha sua completa atenção. Seus olhos presos em meu rosto talvez corado, envergonhado.

  - No quanto você me instiga, no quanto eu me sinto leve perto de você. As vezes é difícil lidar com tudo isso, sabia? Não estou acostumada a sentir tantas coisas assim por alguém.

  - Me sinto privilegiado.

  Em um segundo, eu pisquei e a distância que existia entre nós desapareceu, seu rosto estava tão próximo que eu era capaz de sentir a carícia de sua respiração.

  Instintivamente fechei os olhos e deixei que nossos lábios se encontrassem. Talvez ali não fosse o lugar certo para isso, mas eu não conseguiria de toda forma ter resistido. Negado

...

POV: Petruchio

  O selar de nossos lábios foi tão breve, mas ainda assim capaz de me deixar inebriado, desorientado, completamente amado.

Entre o Amor e a Desilusão Onde histórias criam vida. Descubra agora