POV: Catarina
Novamente sua resposta me deixou completamente sem ter sobre o quê falar. Sem nenhuma palavra para conseguir expressar.
Sua verdade estampada é capaz de tirar não só toda a minha possível raiva, como acalmar completamente a minha alma.
Me fazer me sentir verdadeiramente amada.
Amada em todos os sentidos, em todos os ângulos, palavras. Em todas as minhas imperfeições e por que não maldições?
- Esteve com tantas mulheres assim? - perguntei fingindo desinteresse, a pergunta era boba, porque eu já sabia a resposta.
Muito pelo sorriso completamente cafajeste que ocupou seus lábios, outro pela demora em me responder.
- Nenhuma delas tão especial quanto você.
- Odeio essa sua forma de me deixar mole, me fazendo esquecer que estou brava com você.
- Arri, mas eu nem disse nada, favinho.
- Por isso mesmo, eu te fiz uma pergunta. Por acaso não se lembra de quantas foram ou está com medo de me assustar com o número cabuloso?
- Ocê tá com ciúmes - riu baixinho.
- Não tenho ciúmes de você!
E isso era uma grande e completa mentira, já que eu não tinha razão nenhuma para ficar irritada e mesmo assim estava.
Estava, mas não por não conseguir imaginar todas as mulheres com que esteve, mas pela sua capacidade de ser tão insuportavelmente irresistível. Cretino.
A sedução de Petruchio não está apenas nas suas palavras, não chega a ser de toda forma uma sedução em sua forma literal, mas sim uma provocação, um encantamento que chega a ser simples e arrebatador, não apenas por sua força, mas ainda assim, sem razão.
É claro que ele é um homem bonito, é muito mais do que apenas isso, mas não é apenas isso que me atrai, não é apenas a forma com que seus olhos cruzam os meus e transmitem tudo aquilo que eu sempre precisei sentir, mas também pela forma com que sorri e parece debochar não só da minha raiva. É também a forma com que demonstra toda a sua ironia, me desafiando a aumentar o motivo do seu olhar, justificando o seu conquistar.
- No que está pensando agora? - perguntou.
Só então percebi que já estávamos na rua de casa, a carroça foi parada e agora tinha sua completa atenção. Seus olhos presos em meu rosto talvez corado, envergonhado.
- No quanto você me instiga, no quanto eu me sinto leve perto de você. As vezes é difícil lidar com tudo isso, sabia? Não estou acostumada a sentir tantas coisas assim por alguém.
- Me sinto privilegiado.
Em um segundo, eu pisquei e a distância que existia entre nós desapareceu, seu rosto estava tão próximo que eu era capaz de sentir a carícia de sua respiração.
Instintivamente fechei os olhos e deixei que nossos lábios se encontrassem. Talvez ali não fosse o lugar certo para isso, mas eu não conseguiria de toda forma ter resistido. Negado
...
POV: Petruchio
O selar de nossos lábios foi tão breve, mas ainda assim capaz de me deixar inebriado, desorientado, completamente amado.
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Entre o Amor e a Desilusão
FanficSão Paulo, anos 20. Catarina Batista é filha do banqueiro mais bem sucedido de toda a cidade, dona de uma beleza extraordinária, mas tanto quanto bonita, é teimosa e geniosa. Tem ideias modernistas e luta por elas da maneira como pode. Defende o...