Parte 59

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5 dias atrás ...

Nolan utilizou sua liberdade para ficar mais próximo de Erin, naqueles últimos dias a princesa estava sendo monitorada diariamente pelo médico que sempre dava remédios para ela. Erin estava tentando disfarçar suas ações diante o médico, a cada visita dele a mulher escondia as pílulas em seu colchão.

Rapidamente Eleonor soube das visitas diárias do médico e o proibiu de faze-las, por conta do baile a rainha queria a filha bem e não dopada de remédios, mesmo o doutor a aconselhando que tudo era um tratamento para precaver qualquer ataque de pânico da princesa.

" Ele foi meu médico a anos, nunca desconfiei dele, agora ... como ela pode fazer isso? Colocar minha filha em risco e tudo isso por conta de dinheiro? " A rainha tentou se controlar para não mantar mata-lo naquela tarde, tudo seria resolvido e não queria apressar nada.

Erin naquele dia estava sentada observando o jardim malcuidado que dava para sua janela, ela sabia que a sua mãe estava mantendo ele para que ela num futuro pudesse cuidar.

- Princesa, acho que não vamos ter mais visitas desse sanguessuga tão cedo assim ... Nolan entra no quarto e espanta a mulher que estava distraída.

- Oh! Nolan, céus ... você me assustou. Erin ri ao ver o homem fazer uma feição nervosa.

- Não precisa ficar nervoso, eu estou bem, eu estava apenas perdida em meus pensamentos, então estou liberada para caminhar pelo quarto esses dias?

- Oh sim, claro, princesa... estarei aqui para ajudá-la. Por favor. Nolan se aproxima da mulher e a levanta da poltrona.

- Obrigada, você é um cavalheiro em me ajudar, um passo de cada vez, não é? Erin sorri para o homem que a ajuda a caminhar até a antessala de seu quarto.

Nolan se sentia tão bem ao lado da princesa, toda sua preocupação diante a tudo era dissipada, ele queria vê-la bem e feliz, queria vê-la sorrir mais.

- Sabe, quando eu era criança eu aprendi a tocar piano, desde então ele fica aqui pegando poeira, e minhas mãos não são mais a mesmas, gostaria de tocar algo para você, como agradecimento desses anos.

Erin observa as mãos delicadas que por conta dos remédios e dos anos em tivera sua depressão ficaram fracas.

O guarda se senta no banco do piano e começa a toca, uma melodia suave, em sua infância o homem tinha aprendido a tocar piano por conta dos patrões de seus pais, depois de alguns anos o homem perderá ambos para a gripe, ficando sozinho e sem razões para viver, se alistando ao exército, Nolan pode dar sua vida para seu batalhão, algo que o deixou com sequelas em seu corpo, a guerra era algo que o homem aprendeu a gostar, mas em sua última missão fora pego em um emboscada e salvo pelos guardas da rainha.

- Não quero machucar seus ouvidos, princesa. Sinto muito. Nolan para de tocar ao ver que a mulher o observava.

- Não está ruim ... você poderia continuar? Erin se aconchega na poltrona e sorri para o homem.

"Ela sempre me deixa feliz ao sorrir para mim, isso é loucura ... uma guarda com tais pensamentos..." Nolan ajusta a postura e começa a tocar, agora outra música, uma que Erin conhecia bem. Era uma das suas músicas favoritas, ao ouvir a melodia a mulher começou a cantar.

"There was once a country maid came to London for a trip,

And her golden hair was hanging down her back;

She was weary of the country so she gave her folks the slip,

And her golden hair was hanging down her back;

It was once a vivid auburn but her rivals called it red,

(...)" *

- Você não é nada mal. Erin gostava de ficar à vontade com Nolan, diante a tanta coisa que estava acontecendo.

- A princesa tem uma linda voz, eu sabia que essa era uma de suas músicas favoritas, eu aprendi para um dia toca-la para você.

- Me sinto honrada, você com certeza me vê como uma amiga, ninguém nunca fez algo assim, aprender a tocar uma música? Isso é especial. Eu me sinto especial.

Nolan se aproxima da mulher e se ajoelha em sua frente, Erin estava chorando, eram tantas coisas que ela se privou naqueles anos que era tão bom viver pelo menos algumas horas sem preocupações.

- Princesa, eu toquei tão mal assim para faze-la chorar? Nolan entrega um lenço para a mulher que sorri.

- Oh, não ... você tocou muito bem e que ... eu estou um pouco emotiva, você não tem nada a ver com isso, Nolan. Erin acaricia o rosto do homem que se espanta com aquela reação.

Ambos ficaram em silencio por alguns minutos, diante a princesa o guarda pode admirar sua beleza mais perto, seus olhos verdes e suas sardas faziam a mulher ficar mais linda a cada vez que ele a olhava.

- Você é um bom amigo, Nolan. Eu já disse isso, mas ... você é. Erin passa as mãos no cabelo do homem que simplesmente paralisou ao sentir o toque de Erin.

A princesa se inclina em direção de Nolan e o beija gentilmente, o homem por sua vez a abraça com delicadeza, se levantando um pouco e ficando de joelhos enquanto o beijo continuava.

- Obrigada por ser tão cuidadoso comigo, Nolan. Erin ri ao ver o homem ficar corado e com os olhos arregalados.

Erin toca no ombro do homem que fica por alguns segundos sem reagir, ele tinha sido pego de surpresa e nunca imaginaria que a princesa iria fazer algo do tipo.

- Princesa ... é meu de...dever, céus ... estou envergonhado ... eu não deveria ter feito isso.

- Você não fez nada, fui eu que fiz, Nolan. E não me chame de princesa, por favor, já estamos íntimos para serem tratados como amigos ... Erin observa o homem se levantar e fazer uma referência.

- Nosso encontro, está confirmado, não é? Sinto que eu ultrapassei um limite muito perigoso hoje, sinto que você não gostou do que ... Erin abaixa a cabeça e olha para as mãos tremulas.

- Eu gostei! Claro que gostei! Quer dizer, não ultrapassou nada ... eu, eu ... claro que irei te levar passear ... Nolan tenta se acalmar, ver Erin triste era o que ele menos queria.

- Combinado! E ... por favor, entregue essa caixa para minha filha, eu sei que você está se encontrando com Raoul. Erin aponta para uma caixa preta que estava em cima da mesa.

- Claro, princ....Erin, estarei entregando a ele. Nolan pega a caixa e percebe Eleonor entrar no recinto, o homem fica sem graça ao ver a rainha e rapidamente se despede de mãe e filha com uma reverencia.

Erin ri ao ver o homem todo sem jeito saindo tropeçando, enquanto Eleonor percebe um semblante alegre e descontraído da filha, a rainha sabia que o guarda nutria sentimentos por ela, e tinha quase certeza que algo tinha acontecido com eles. 



** And Her Golden Hair Was Hanging Down Her Back - Felix McGlennon (1856 - 1943) & Monroe H. Rosenfeld (1861 - 1918)

Inesperado: Coincidências existemOnde histórias criam vida. Descubra agora