Parte 13

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No dia seguinte Raoul se levantou cedo e partiu até a mansão Destler. 

- Alguém precisa aprender a ligar antes de dar as caras na casa das pessoas. Erik bufou e caminhou até a sala de estar.

- Não pude fazer essas cerimônias, preciso falar com alguém.

- Diga, o que de tão importe o visconde tem para falar. Erik se sentou e indicou uma poltrona para Raoul também fazer o mesmo. 

- Eu....eu acho que matei alguém. O visconde estava ansioso e suas mãos não paravam de tremer. 

- E? O que tem haver isso comigo? Você quer um parabéns, ou?? Erik lançou um olhar sarcástico para o homem.

- Merda, Erik! Você poderia me ajudar aqui. Eu nunca matei ninguém, eu nunca tive curiosidade de fazer algo assim. 

- Essa pessoa, aí ... Que você matou era boa ou ruim? Erik gesticulou com as mãos.

- Um lixo, desperdício de ser humano. Era um dos carrascos que abusavam de Eve.

- Então, porque você está com essa cara! Se ele era um imprestável. Foi tarde.

- Eu... Eu sei. Mas, você me conhece. Eu não tenho ninguém para desabafar. Você por ter feito muito isso... Poderia me ajudar.

- Usou a palavra certa, feito. Não faço mais. Agora com a administração do teatro, Christine no seu lugar de direito e com um filho. Assassinatos e outras travessuras estão longe de meu alcance, infelizmente.

- E tem mais uma coisa. Mas essa eu acho que irei contar a Christine. Raoul sussurrou.

- O que? Você parece uma mulherzinha, é sério visconde. Olha essas bochechas coradas. Você beijou a jovem, não foi? E Christine já está no teatro, parece que ela tem novas aprendizes no teatro, e eu não nego nada para aquela deusa que é minha esposa. Erik riu ao ver o espanto do homem.

- Como??

- Essa cara é a mesma que eu fiz quando Christine me beijou... bem não foi tão lamentável como a sua.

- Estou ficando louco, isso sim. Eve é uma criança...

- Hey... Eve não é uma criança. Por Deus. Você é tão complicado. Olha, o médico me disse aquele dia que Eve tinha no mínimo 18 anos ou mais. Então... Eve não é uma criança. É uma jovem, e você visconde deveria dar uma chance.

- Trocar uma vida normal por trabalho, que nem é o que você ama fazer, viver durante 10 anos apaixonado por alguém que só o via como amigo, ficar vigiando a irmã. E ... Ser assunto nos bailes e reuniões. Você, Rauol, precisa relaxar. Erik continuou e ofereceu um copo de whisky.

- Eu não bebo, você sabe muito bem disso.

- Sim, me esqueci. Pois bem, meu caro visconde, eu sei que posso parecer repetitivo, mas como um bom "amigo" posso lhe dar esse conselho, Eve é uma jovem sofrida e precisa de alguém, além disso ... Persa está com uns homens investigando o mistério em torno do broche real.

- E não encontrará nada. Vocês vivem num mundo de sonhos, eu sou prático e pé no chão. Raoul deu de ombros e se sentou.

- Sim. Somos os chamados sonhadores, qual é visconde. Se eu não sonhasse em conhecer uma linda mulher e ser amado por ela. Eu iria definhar e acabar como você. Erik riu.

- Ótimo, vejo que minha companhia está dando oportunidade de fazer as famosas piadas. Estou partindo...

- Calma... Oh homem difícil. Estou te dizendo você está mais animado e essa cara fechada de tanto ficar enclausurado num escritório está até ficando mais viva. Olha, eu vou falar apenas uma vez, se Eve apareceu para você, isso é bom. Aproveite, você e ela parecem que estão se entendendo... Céus, vocês se beijaram.

- Olha quem fala, quem viveu quase a vida toda num subterrâneo. Raoul ri

- Não tenho vergonha disso. E digo mais, o Ópera me acolheu e eu pude conhecer Christine. Tenho muita sorte em ser dono do teatro. E que Christine me escolheu, invés de você, visconde.

- Uma batalha ganha, não é? Mas eu compreendo o que está tentando me dizer, com esse seu jeito. E eu posso concordar em partes.

- Está vendo? Eu sempre tenho razão.

- Menos, fantasma. Muito menos.

- Oh, certo... Gustave está querendo ver Eve. Parece que Christine a presenteou com um livro de piano, e eu sei muito bem que você é um desastre com qualquer coisa que precise de coordenação. Um visconde com duas mãos esquerdas. Erik riu e caminhou até a porta com Raoul.

- Meu filho quer ensinar Eve. E bem, você sabe eu não sou nenhum pai babão, mas meu Gustave é um ótimo professor. Erik continuou e sorriu orgulhoso.

- Uma criança de 7 anos ensinando piano?? É uma piada?

- Hey!!! Eu não sou uma criança normal!! Eu sou igualzinho meu papai. E você é um feioso!! Gustave correu descendo as escadas e chutou a canela de Raoul.

- Isso mesmo meu filho, esse puxou o pai. Erik riu ao ver o visconde mancando.

- Temperamental igual. Raoul se endireitou e olhou para a criança.

- Papai, Eve é uma moça tão bonita, talvez quando crescer posso namorar com ela. A criança olhou para o pai e depois o cutucou.

Raoul fez uma careta e começou a abrir a boca, mas Erik o interrompeu.

- Visconde... Não é nada bonito ter ciúmes de uma criança e está na cara que meu filho o provocou. Erik riu e Gustave acenou com a cabeça.

- Que coisa, nenhum momento posso ter paz. Eu vou é ir embora. Raoul pegou seu chapéu e se retirou.

Inesperado: Coincidências existemOnde histórias criam vida. Descubra agora