Parte 24

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Raoul e Eve foram convidados para visitar os bastidores do teatro, Christine sempre fazia esses convites, e agora com Eve, a mulher queria agradar a jovem que era tão boa para com todos.

- Eve! Que bom que você veio! E que linda que estas! Christine estava em seu camarim, quando a jovem entrou sem jeito no local.

- Boa noite Christine, que bela apresentação, eu realmente nunca havia visto algo tão mágico do que este lugar!

- Oh, realmente o Opera é muito misteriosa e mágica! Bem, vocês estão com fome? Eu e meu marido iremos jantar num bistrô aqui perto, espere, oh! Sim, podemos fazer um encontro duplo ... eu sempre quis fazer isso! Christine abraçou a jovem e se dirigiu para de trás do biombo para se trocar.

Surgindo com um vestido amarelo com mangas longas e bordados no corset, Christine estava radiante com os longos cabelos loiros soltos.

- Vamos, acho que Raoul e meu marido estão conversando e seria terrível deixá-los mais do que alguns minutos sozinhos, eles são ótimos para arrumar confusões. Christine pega na mão de Eve se dirige até o escritório do teatro.

Enquanto isso ...

Raoul estava desconfortável com Erik, ainda não era tão íntimo e nem tinha muito do que falar com o homem, Erik lançava cada olhar apavorante a ele, que o visconde tentava ficar calado e torcia para que Eve retornasse logo.

- Sabe, visconde ... meus homens estarão de volta amanhã com algumas informações bem interessantes sobre Eve. Erik que estava sentado folheando um jornal levantou seu olhar ao homem.

- E ... eles acharam algo? Raoul mudou de expressão, de uma tediosa para uma curiosa.

- Oh sim, eles não me falaram muito ... mas creio que Eve tem raízes em Gales, mesmo que não seja parte da família real, o que ainda não está totalmente certo ... mas Eve pode estar sendo procurada pela família.

Raoul se aproximou de Erik e se sentou em frente ao homem, ainda precisando de mais informações.

- Certo, visconde ... eu acho que logo você e Eve deverão ir a Gales, amanhã você pode me encontrar a noite em casa que terei um dossiê mais detalhado. Estou torcendo para que Eve seja alguma princesa perdida ... seria um ótimo consorte ... Erik escapa uma risada.

- Ah ... sim ... eu seria material de risos na sociedade ... mas saiba que se ela for uma princesa eu não iria me importar em ser o consorte orgulhoso dela ... já tive meus ataques de grandeza e estupidez durante muitos anos ... Raoul cruza os braços sobre o peito e dá um longo suspiro.

- Sim, Raoul vejo que Eve está o amansando .... Eu realmente acho essa sua nova versão uma dadiva!

- Eve me mudou ... eu ... me sinto tão bem ao seu lado ... ela pode ter me ajudado e ver que a vida não é apenas trabalho e responsabilidade.

- Oh! Foi um pouco demorado você perceber isso, não é? Mas antes tarde do que nunca. Por favor, quando se casar nos convite para ser seus padrinhos ... será uma honra. Erik sorri para o homem

Gustave estava entre as diversas passagens secretas do teatro, diante a porta que dava para o escritório o menino foi de forma silenciosa entrando no escritório quando vê seu pai e Raoul conversando.

Era comum que Gustave aplicasse peças no visconde, desde que se entendia por gente tinha uma relação de ódio e amor pelo homem, que sempre caia em suas travessuras.

Seu pai estava o observando, não demonstrando nenhuma reação, continuava a conversar com Raoul, a criança deu um sorrisinho para o pai e rapidamente pegou uma cobra cenográfica que guardava na gaveta do escritório.

Gustave lançou um sorriso brincalhão e levantou a cobra para que seu pai visse, e sem cerimônia jogou no colo do visconde que assustado se levantou e gritou desesperadamente.

Erik e o filho agora assistiam aquela cena aos risos, Raoul tentava pisar na cobra e ao ver que era falsa lança um olhar cortante para pai e filho.

- Oh ... o visconde parece bravo ... Erik faz uma cara de inocente e olha para o filho que faz sua melhor atuação de menino bom.

- Não é papai!? Nossa ... como será que isso foi pular assim do nada nele!? Há fantasmas mesmo nesse teatro. Gustave coloca a mão no peito e balança a cabeça procurando por alguma movimentação.

- De fato, esse teatro é habitado por muitos seres misteriosos ... e o que todos tem em comum é que gostam tanto do visconde que vivem a presenteá-lo. Erik pega a pobre cobre falsa e coloca de volta na gaveta.

- A pobrezinha quase se foi ... deveria ter vergonha Raoul, a pobre da cobra não te fez nada! Erik solta uma gargalhada ao ver o semblante irritado do homem.

Descabelado e tentando se acalmar, Raoul pentea de forma nervosa os cabelos com as mãos e bufa, pai e filho tinha o dom de irritá-lo.

Diante a um sermão, Erik e o filho foram salvos por Christine e Eve que alegres tinham resolvido jantar. Gustave não queria ficar num local só de adultos e preferiu ficar com Charlotte e Persa que estavam ainda no teatro.

- Oh, claro que podemos cuidar desse anjinho! Gus, vamos ficar acordados contando várias histórias! Charlotte que antes estava tentando se arrumar pois seu marido e ela estavam trocando caricias em um dos camarins, tentou soar de forma normal para Christine que ria da situação.

- Bem, que não durmam tarde! Eu sei muito bem que vocês são bem encrenqueiros ... Persa conto com você para cuidar desses dois. A soprano ri e vai com Erik para a entrada do Opera.

Eve e Raoul tinham passado tempos agradáveis aquela noite, diante a confusão que Erik não deixou passar batido, contava que o visconde tinha gritado de forma apavorante ao ver a cobra falsa.

Christine escondia o riso, quanto Eve não segurou e riu, era fato que todos eles se gostavam mesmo diante tantas provocações.

O bistrô era tão elegante que os casais decidiram em pedir uma refeição completa, Erik tinha um afeto por aquele lugar pois era um dos seus primeiros projetos arquitetônicos, os donos, um casal de meia idade, eram gratos por ele ter feito algo tão suntuoso e moderno que atraia pessoas até de outros países para conhecer o local.

A noite acabou com Eve e Raoul no carro, voltando para a casa, Lewis e Deanna ficaram também com Persa e Charlotte, o visconde apreciava a agitação de seus amigos, mas agora com Eve tão linda o observando não queria pedir mais nada, aquele momento era perfeito e queria fazê-lo inesquecível.

- Sabe ... acho que passamos pela prova de fogo. Raoul abraçou a jovem que o olhou confusa.

- Oh sim, passearmos todos juntos e veja, ninguém se matou. O homem continuou a falar.

- Tirando o incidente com a aranha, sim ... ninguém morreu. Eve riu e provocou o homem.

- Oh você gostou disso, não é? É divertido? Que jovem mais debochada ... Raoul levantou o rosto da jovem com a mão e a beijou.

O beijo era tenro, Raoul envolveu suas mãos na cintura da jovem que estava quente diante aquele beijo, foram minutos de muitas caricias trocadas e sorrisos, a noite chegara ao seu fim. 

Inesperado: Coincidências existemOnde histórias criam vida. Descubra agora