𝕃𝕚𝕜𝕖 𝕃𝕠𝕧𝕖 ;; 𝐉𝐲𝐚𝐭𝐭

Como uma doença

Wyatt Oleff

Eu tinha acabado de sair da casa de Jaeden e estava andando pela rua. Estava deserta e escura, sem contar que fazia muito frio, mas eu precisava andar o mais rápido que eu pudesse.

Quando eu chegava na esquina da minha casa, vejo os mesmos garotos de sempre que ficavam por aquele lugar. Por mais que eles nunca tivessem feito nada comigo por todo esse tempo, eu adiantei meus passos. Eu iria virar a esquina, mas dou de cara com um dos garotos e ele me encarava fixamente, enquanto os outros se aproximavam de mim.

— Tava com o namorado, Loirinho? — Um deles me pergunta.

— N-não... — Respondo trêmulo.

Eles dão uma risada sarcástica, e um dos garotos me empurra contra a parede. Eles mexem na minha calça e pegam minha carteira, retirando todo o dinheiro que eu tinha ali. Suspiro aliviado que eles só queriam me roubar, mas quando menos espero recebo um soco na barriga.

Ao receber um murro eu acabo por cair no chão, mas rapidamente recebo um chute na barriga. Vejo um dos garotos segurar um canivete, e logo ele o enfia na minha bochecha, fazendo com que eu sinta um gosto de sangue.

Eu estava imóvel, não conseguia me mexer, principalmente pela facada, mas nem por isso sou poupado por mais surra. Recebo chutes variados em meu corpo vindo de todos que estavam ali.

Antes que eu apagasse, consegui ouvir por último apenas uma sirene, não consegui identificar se era de bombeiros ou policias, mas foi nesse momento que não vi mais nada.

Jaeden Martell

Quando finalmente chego na esquina da rua de Wyatt, vejo sangue espalhado no chão e por algum motivo senti como se aquilo tivesse a ver com o Wy. Corri rapidamente até a casa dele, mas sua mãe já estava me esperando na frente de casa, acompanhada com Maddie, sua namorada.

— Vamos andando, vou te contando o que aconteceu no caminho! — Jennifer fala trancando a porta.

Pelo estado da Senhora Oleff parece que o ocorrido foi grave e aquilo me agoniava por dentro.

— O Wyatt estava voltando da sua casa, mas um grupo de meninos o roubou e bateu muito nele na esquina de casa. Maddie viu a situação e rapidamente ligou para a ambulância e a polícia, mas os garotos fugiram e Wy foi encaminhado para o hospital. — Ela diz entrando no carro.

— E ele tá bem? Tem notícias dele? — Pergunto preocupado e com receio de uma possível resposta ruim.

— Não sabemos... Acredito que você queira ver muito ele, então optei em ir vê-lo com você! — Jennifer responde.

— Você tá bem, querido? Você tá... Machucado! — Maddie diz enquanto dirigia o carro.

— Ah... meu pai me bateu quando me viu com o Wyatt, mas não foi nada grave! — Tento parecer o mais calmo possível.

— Tem certeza? Fez os cuidados necessários? — A mãe de Wyatt pergunta.

— Sim! — Respondo.

Depois de alguns minutos, vejo que o carro chegava no estacionamento do hospital e Maddie para na entrada, para que eu e Sra. Oleff pudessemos subir imediatamente.

— Só vou estacionar e encontro vocês! — Maddie fala e apenas assentimos.

Escolhemos ir de elevador, já que seria mais rápido do que usar as escadas. Assim que chegamos na recepção pegamos nossos crachás e vemos uma enfermeira se aproximar.

— Jennifer Oleff? — A fermeira pergunta se referindo a mulher.

— Sim, eu mesma! — Responde eufórica.

— Seu filho passa bem e está podendo receber até duas visitas! — A moça diz.

— Obrigada! Vamos, Jaeden! — Ela segura minha mão.

Saímos andando pelo hospital até chegarmos no quarto de Wyatt. Eu não aguentava mais ficar com essa angústia e queria logo vê-lo e saber que ele está bem.

— Wyatt! — Corro para abraçar o garoto que estava deitado na cama e o mesmo retribui meu abraço.

— Ficamos preocupados com você, querido! — Jennifer diz.

— Fico muito feliz em ver vocês aqui! — Wyatt diz sorrindo.

— E eu fico muito feliz em ver você bem! — Respondo com um sorriso de orelha a orelha.

— Vou deixar vocês conversarem sozinhos! Acho que vocês tem muitos assuntos... — Ela diz olhando insinuativo para Wyatt e eu os olho confuso.

Ela sai do quarto deixando a gente a sós, sento na poltrona que fica ao lado da cama do Cacheado. O garoto suspira, parecia que precisava me contar alguma coisa e parecia ser sério.

— Você quer me dizer alguma coisa, Wy...? — Pergunto e percebo que o garoto estava aflito.

— Então... Eu preciso te contar algo muito, muito importante... — Ele fala com sua voz trêmula e fraca.

— Pode falar... — Digo receioso.

Com aquele tom de Wyatt e o jeito que o garoto estava, pessentia que não era algo bom, e sim preocupante e doloroso...

— Eu... — Ele suspira em desespero — Quando eu estava doente há alguns dias... Eu pensei ter sido apenas uma gripe, mas... Eu fui ao médico esses dias e o resultado dos exames chegou essa semana e... — Wyatt estava com dificuldade em falar.

Eu sinto meus olhos lacrimejarem, já sabia que não era algo bom, mas eu queria parecer forte para que ele pudesse ter confiança em falar.

— Eu tenho tuberculose há muito tempo, mas nunca tinha descoberto... Acabou que ela ficou forte e... Não tem mais tratamento de cura e eu só tenho 1 mês de vida... — Ele finalmente diz e eu coloco minha mão sob a boca.

Sinto um pedaço de mim ter ido embora, meus olhos começaram a arder, mas não contive as lágrimas e elas caíram sobre meu rosto.

— É b-brincadeira, né? — Pergunto sem acreditar.

— Infelizmente não, Jaeden... Minha hora vai chegar mais cedo do que de outras pessoas... — Wyatt dizia chorando também.

— Você não pode me deixar... Eu não sou nada sem você! — Falo o abraçando.

— Você é tudo sem mim, Jaeden! Quando eu partir... Nós iremos nos encontrar novamente, mas pode demorar... — Wyatt falava tentando me acalmar.

— Wy...

Ele me puxa para deitar ao seu lado e eu o faço. Ainda chorando eu deito em seu peito e o abraço, ele fazia cafuné em meu cabelo e dizia que ia ficar tudo bem. Depois de alguns minutos chorando e Wyatt me ajudando, eu finalmente digo algo.

— Eu vou aproveitar o máximo que eu conseguir com você... — Eu disse, pude sentir o sorriso dele e sua mão sob a minha.

Eu o perderia, mas eu passaria o tempo que eu pudesse com ele e torceria para que o tempo passasse devagar ou que pelo menos isso tudo fosse um sonho e ele estivesse bem. Ainda não tinha me caído a ficha que ele iria me deixar por uma maldita doença, mas eu tinha que ser forte por mim e principalmente por ele.

~°🍯°~

Os próximos capítulos serão narrados por mim, é melhor para captar os momentos 🥰