BreakAway (Semi)

Bregas & Classicos

Voltei meus amores, não aguentei a saudade
Como faz tempo que eu não apareço, vou deixar abaixo todos os caps em que tem algum acontecimento importante pra esse cap, se vcs ficarem confusos e não se lembrarem, podem voltar e ler só os caps mencionados.
Vejo vcs no final.

Menções aos capítulos: Aposte (34), Holofote (38)

— X — 

Selena Gomez.

Nova York estava no auge do seu inverno. O natal se aproximava aos poucos e em alguns lugares já era possível ver as pequenas luzes brilhando junto a alguns enfeites característicos da época.

Apesar do frio, não nevava muito. Vez ou outra, uma fina camada do tecido branco se acumulava, entretanto, não durava muito tempo. Logo se misturava a sujeira característica da cidade virando uma lama escura e nojenta.

Foi fácil observar aquilo do lado de fora do prédio. A avenida em que eu me encontrava era bem movimentada. Estava localizada próxima ao Central Park, e haviam alguns hotéis famosos um pouco mais à frente. Por consequência da localização, uma fila enorme de táxis que se enfileirava e buzinava, todos irritados com a hora do rush da cidade.

Eu havia acabado de sair de uma entrevista de emprego com Zachary Viveman, e finalmente a ansiedade estava se esvaindo do meu corpo. Sequer consegui me alimentar pela manhã e agora o meu estômago ralhava comigo quase como uma velha rabugenta.

Não passava da uma, o que significava que se eu corresse ainda conseguiria alcançar Demi e ir almoçar com ela. 

O metrô seria a melhor opção, é claro. Eu não me arriscaria a chamar por um carro apenas para ficar presa no trânsito.

Ajeitei meu casaco rente ao corpo, sentindo a ponta do meu nariz quase congelar devido ao clima. Feliz por ter pego as luvas de couro no guarda-roupa da revista. Caminhei em direção à estação mais próxima.

Ou teria caminhado, se não houvesse encontrado a mulher que vinha rondando meus pensamentos há um tempo.

Cecile estava linda.

Um sobretudo da cor creme, calças jeans, e uma Ankle Boot. Os cabelos em seu castanho claro, soltos e esparramados pelo rosto e cachecol.

Estava sem maquiagem, parecia despreocupada, parada em uma fila para comprar comida.

Não havíamos nós falado desde o incidente da final da NBA, onde eu a deixei esperando por mim até o último minuto, quando na verdade eu estava em casa, pensando numa aposta idiota.

Depois daquilo, ela passou a me ignorar completamente. Raramente respondia minhas mensagens e sempre rejeitava minhas ligações. Quando eu perguntava se estava tudo bem, sempre recebia uma palavra monossilábica como resposta. 

Era como se ela não se importasse mais.

Ao a ver ali, eu tentei seguir em frente. Afinal, eu também estava um pouco magoada. Sabia que ela não queria papo, e que tinha seus motivos para não me querer por perto, então a coisa mais certa a se fazer era ignorá-la.

Eu quis fazer isso.

Mas simplesmente não consegui.

Não pude menosprezar tudo o que já havíamos vivido juntas só porque eu estava com vergonha.

Sim, essa era a verdade. Eu estava com vergonha de tudo o que eu havia feito ela passar, por ser uma péssima amiga, por ter sido egoísta com ela. 

Cece merecia mais do que eu poderia dar.

Me aproximei incerta. 

A pessoa que estava atrás dela fez cara feia pra mim, achando que eu cortaria a fila.