Minha respiração sai rápido e entrecortada. Minhas mãos tremem levemente em um frio ausente.
Otimismo.
A palavra ecoa pela minha mente como uma maldição.
Otimismo.
Sem querer, acabo rindo baixinho no quarto silencioso e escuro.
A raiva vem quente e borbulhante no meu peito quando lembro do sorrido dela quando a liderança foi anunciada.
Liderança que era minha.
Enterro as unhas na palma da mão, sentindo elas corta a pele como um lâmina afiada. A raiva é como um remédio amargo que tenho que engolir. E ela desce queimando pela minha garganta.
Rolo da cama sem fazer barulho e vasculho a mala atrás de uma roupa de banho.
Eu sei que não vou conseguir dormir novamente, não quando aquele sorriso asqueroso fica rondando a minha mente como um parasita.
A casa é silenciosa como um cemitério, pelo visto está todo mundo dormindo, é melhor assim.
Visto a minha roupa de baixo o mais discretamente que eu consigo sem mostrar nada para a câmera.
Espero uns segundos enquanto a água esquenta, enchendo a banheira rapidamente em um gotejar contínuo. O vento frio da madruga atinge minhas costas nuas, arrepiando toda a pele no processo.
Quando a água está quente o suficiente, desligo a torneira e entro na banheira.
Um suspiro de prazer sair dos meus lábios quando meus músculos doloridos atingem a água quente. Meus olhos se fecham por vontade própria e eu encosto minha cabeça na curva da hidromassagem.
Estou tão perdida em meu contentamento que nem escuto passos se aproximando.
É só quando sinto um sopro perto do meu pescoço que percebo que tenho companhia.
- Tomando banho a essa hora, Sarah.- Pulo para fora da minha pele, meu coração batendo freneticamente no peito.
Viro meu rosto e encaro o sorriso malicioso de Juliette.
- Juliette! - Repreendo com um toque de irritação.- Você quase me matou de susto.
- Oxe, não é minha culpa que você parecia quase morta.- Juliette resmunga em resposta e se aproxima para entrar na banheira borbulhante.
Só então percebo que ela também está de traje de banho.
- O quê você está fazendo acordada? - Pergunto enquanto volto a me ajustar tranquilamente.
Juliette levanta uma sombrancelha.- Eu poderia te fazer a mesma pergunta.
Justo.
Não estou com disposição pra falar, então fecho os olhos e tento voltar a relaxar, tentando em vão ignorar a presença dela.
É difícil, no entanto, quando ela se aproxima o suficiente para encostar a perna contra a minha.
Sinto eletricidade aonde nossa pele nua se encontra.
É confuso demais e eu não quero lidar com isso agora.
Abro o olho e encaro Juliette que está com o rosto voltado para o céu.
- Por quê você está aqui? - Pergunto um pouco mais grossa do que gostaria.
A boca dela se contorce em um sorriso de canto, mas o olhar continua firme no céu estrelado.
- Vamos fazer isso de novo? - Ela Sussurra como se tivesse fazendo uma piada interna.- Eu poderia te perguntar a mesma coisa.
- Não vale, eu cheguei aqui primeiro.- Sei que pareceu infantil, mas parece que meu cérebro se transformou em geleia quando ela desviou o olhar para mim.
Era o olhar que ela dava normalmente a qualquer pessoa, brincalhão com uma ponta de desafio e uma pitada de irritação.
- Estamos na escola? - Ela pergunta com uma risada e pressiona sua coxa mais forte contra a minha.
Eu não acho que ela perceba o quê está fazendo e isso é enlouquecedor.
Desvio o olhar quando comecei a sentir uma furmigação muito familiar no meio das pernas.
- Não conseguir dormir por conta da prova de hoje.- Confesso com relutância.
- Por quê a Carol pegou o líder ou porque poderia ser você? - Não ah julgamento na voz dela, só uma compreensão mútua.
- Acho que ambos.- Respondo com um grunido quando a sensação de raiva volta com força total.
- Ei.- Juliette agarra a minha mão, pressionando as palmas juntas suavemente.- É normal sentir raiva, eu também estou.
- Está? - Pergunto com esperança, pode parecer mesquinho, mas é bom saber que tem alguém no mesmo barco que eu.
Sinto dedos excitantes tirando os fios molhados que pregaram na minha bochecha corada.
- Pode apostar, queria esmurrar aquele sorriso dela.- Mesmo com todos os avisos gritando dentro da minha cabeça, eu viro meu olhar para encarar ela novamente.
Em um ato inconsciente, meu olhar se move para a boca dela, mais precisamente aonde ela está puxando o lábio inferior com os dentes.
Prendo a minha respiração em resposta, meu corpo formigando aonde seu dedo acariciar a pele da minha mão.
Juliette passa a língua pela canto da boca e eu não consigo evitar o pequeno gemido constrangedor que sai da minha boca.
- Se eu tiver ficando louca, acho que você quer outro beijo.- Levanto os olhos em uma velocidade extraordinário para encontrar os dela em uma diversão aberta.
- Você está.- Afirmo sem nenhuma sinceramente, tentando colocar algum controle no meu corpo traiçoeiro que se aproximou do dela.
- Se você diz. - Juliette ri e solta a minha mão no processo. - Afinal, somos héteros não é?
- Sim, com certeza.- Tento forçar uma risada para combinar.
O quê diabos está acontecendo?
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Sariette. - Um conto do BBB.
FanfictionSarah e Juliette são duas mulheres que apostaram tudo de si para entrar na casa mais vigiada do Brasil. só que elas não imaginavam que além de competir por um milhão e meio de reais, também irão competir contra os sentimentos que afloraram logo após...