Precipício

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Quero intimidade. Fazer cena de ciúme, terminar, voltar, amar, brigar de novo, telefonar, pedir desculpas, retornar...

Martha Medeiros

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            Juliette Freire.

Minhas mãos amarram a blusa na camisa de Vih, fazendo um elaborado penteado.

_ Gostaria de ter ido._ Vih comenta com João. _ Comer pipoca...

_ Oww minha bebê linda._ Brinco com o seu tom decepcionado, apertando as bochechas dela e vendo ela sorrir.

Eu fiquei tanto tempo tentando fazer uma gambiarra com a blusa que nem percebi o silêncio repentino na cozinha, os únicos falando sendo Vih e João.

Viro meu pescoço procurando alguém e me deparo com Sarah olhando fixamente na minha direção, mais precisamente no local aonde minhas mãos se encontram.

Seus olhos são escuros como eu já vi algumas vezes, principalmente ontem.

Fecho os olhos quando uma onda de memórias batem contra o meu crânio, deixando um sentimento viseral e imprevisível.

Abro os olhos e dessa vez, seu olhar se conecta com o meu. É mais escuro, quase como um poço sem fundo, um grande abismo quê você cai e cai para sempre.

Então percebo, ela está com raiva, muita raiva.

Meu rosto queima como se eu tivesse sido pega no ato de algo quê eu não deveria fazer, puxo a blusa com um sorriso tenso para Sarah.

Ela não responde, os lábios apertando em uma linha fina.

Fico presa por um momento, sem saber se deveria ir até ela ou continuar aonde estou e fingir que nada aconteceu.

Sarah decide por mim quando se levanta e sai da cozinha.

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_ Não foi minha culpa!

_ Mas você fez alguma coisa?

_ Não! Quer dizer, eu estava Brincando com o cabelo da Vih, mas isso não tem nada demais, certo? Ela é uma menina afinal.

Gil levantou uma sobrancelha como se não pudesse acredita na minha inocência.

_ É, mas vocês duas também são e se bem me lembro de ontem..._

_ Pare._ Grito um pouco alto e pulo para tampar a boca de Gil._ Combinamos de Nunca mais falar sobre isso._ Sussurro furiosamente e olho ao redor da área externa pra ver se tinha algo próximo, quando vejo quê não tem ninguém, solto a boca de Gil. _ Além disso, eu não quis dizer que ela era menina naquele sentindo e sim que ela é praticamente uma criança e que eu nunca pensei nela daquela forma. E a menina tem namorado Gil, pelo amor de Deus.

Gil levanta as mãos para o alto e depois sorri como se soubesse um segredo._ Então não foi nenhum problema ver a Sarah beijando a Karol?

Um gemido de irritação sobe pela minha garganta._ Não tem nem comparação! Carol é um inimigo a ser abatido.

_ Então tudo bem se fosse com a Thaís ou Carla?

_ O quê? _ aperto com força o travesseiro no meu colo, um sentimento feio de possessão enterrando as unhas sujas nas minhas entranhas._ Eu não beijei a Vih, não fiz nada demais Gil.

_ Mas fez carinho.

_ Sim, mas como amigas.

_ Carinho de amigo como você e Sarah?

Sariette. - Um conto do BBB.Onde histórias criam vida. Descubra agora