Sariette. - Um conto do BBB.

Soldado Abatido.

Abraços apertados aliviam corações aflitos.

Edimar Luis Müller
____________________________________
               Juliette Freire.

Está quase na hora da prova do líder e eu estou nervosa pra caralho.

Já é quase metade do programa e eu não ganhei nenhuma prova ainda, nada que valesse a pena de verdade e aquilo estava me comendo viva.

Quase todos venceram alguma prova e viram seus familiares e aqui estou eu, inútil, triste e deprimida. Sentei de pernas cruzadas na grama fresca e limpa, a brisa fria da noite soprando os fios de cabelo solto em direção ao meu rosto, estou aplicando uma técnica de mediação para relaxar os músculos e a mente, nesse momento eu estou tentando qualquer coisa para vencer e poder ver uma foto da mãezinha.

Eu dou uma olhada pela porta de vidro e fico aliviada quando vejo ela fechada e nenhum sinal da Sarah a vista.

Nos últimos dias Sarah assumiu um comportamento meio estranho, era como se ela pressentice quando estou sozinha e aparecesse magicamente do meu lado. Começou com pequenos gestos de pedir algo ou até puxar certo assunto mas a frequência foi aumentando cada vez mais até chegar o ponto dela ir atrás de mim no banheiro.

Foi muito constrangedor, quase enfiei minha cabeça dentro do vaso sanitário de tanta vergonha.

Acho que ainda não chegamos na parte que a pessoa se sente confortável com outra pessoa no banheiro enquanto despeja um pedaço do monte Everest no vaso.

Não que eu não goste da companhia da Sarah, longe disso, mas fica cada vez mais difícil manter as mãos para mim quando ela está perto, acho que quebrei o "tempo" pelo menos 4 vezes até agora.

Por sorte eu expliquei tudo pro Gil e ele disse que manteria ela ocupava enquanto eu tentava manter minha mente e corpo em sincronia para a tarefa de hoje.

_ Juliette?

Abro meus olhos com a força do ódio.

Uma pessoa não pode meditar nesse hospício?!

_ Que foi, Bill?

Tento não rosnar quando respondo, mas é exigir muito de uma pessoa que teve sua meditação interrompida.

_ Espero que seja muito importante ou eu posso arrancar seu coração pela garganta.

_ Você é demais._ Ele balança a cabeça e ri como se eu tivesse contando uma piada.

Era sério.

Ele se sentou do meu lado da grama e passou as mãos pelo braço para espantar o frio.

Não é de se espantar para alguém que só vive sem camisa ultimamente, mas decido manter minha opinião pessoal para mim mesmo, Sarah disse que as minhas opiniões as vezes são um pouco "grosseiras" e eu tenho que controlar o tom e assim evitar inimigos em potencial aqui dentro.

_ Eu queria falar com você sobre a Sarah...

Eu olho pra ele de lado.

_ O quê tem a Sarah?

Ele passou a mão pelo cabelo em um gesto nervoso.

_ Você tem notado ela meio...diferente?

_ Diferente como?

Peço para ele reformular, será que todos notaram como ela se tornou mais super-protetora ultimamente?

_Eu sei lá _ele dar de ombros _ Toda vez que eu chego em uma sala ela sai rapidamente como se tivesse visto um fantasma e toda vez que eu puxo assunto ela responde bem curto sabe?