Sariette. - Um conto do BBB.

Terrível Fracasso.

Os casais bonitos são aqueles que acima de namorados, são amigos. Brincam, brigam, tiram sarro um do outro, se mordem, beliscam, mas se amam de um jeito que nenhuma pessoa do mundo consegue duvidar. Amor não é só beijos e amassos, amor é cuidado, amor é carinho, amor também é amizade!

Pedro Bial
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              Juliette Freire.

Separei minha boca da dela em um estalo audível, minha respiração saindo em luvadas entrecortada.

Meu coração batia loucamente e meu sangue parecia ferver sob a minha pele, parecia que até meu couro cabeludo estava em chamas.

Minha atenção se desvia para minha direita e vejo que ela não estar muito diferente. Mas o problema é que Sarah sempre soube manter a posse melhor do que eu jamais fui, então sua respiração era calma na melhor das comparações e ela tinha um sorriso maroto no rosto.

Consigo controlar minha respiração o suficiente pra rosnar.

_ Não fale nada _ O som parece de um gato sendo sufocado e eu faço uma careta de desgosto.

Tanto pra não passar vergonha.

_ Eu não ia _ Sarah levanta as duas mãos, o sorriso continua firme.

Eu levanto uma sobrancelha.

_ Você ia.

O sorriso dela se alarga ainda mais. Os lábios quase tocando a orelha. _ Ok, eu ia.

_ Típico.

Viro o rosto para o teto do quarto.

Ficamos em um silêncio confortável por um minuto. Ela tentando não falar a todo custo e eu contando os minutos até ela fracassar e abrir a boca.

_ Juliette...

_  Eu sabia!

Ela começa a ri e eu quero socar ela. Mas isso exigiria que eu olhasse para Sarah e isso resultaria em perder o controle novamente e beijar ela... novamente!

_  Você fica tão fofa com raiva, sabia? Seu queixo fica tenso bem aqui. _ Ela toca em um canto específico entre meu queixo e o início da minha mandíbula. _  E a pele faz um mini furinho que é a coisa mais adorável.

Eu sinto os cantos da minha bochecha começarem a subir, minha resistência caindo pedaço por pedaço.

Travo a mandíbula, determina a não ceder.

_ Olha só! O furinho apareceu. _ Ela começa a ri como se fosse a coisa mais engraçada no mundo.

E antes mesmo da minha mente registrar o fato, eu estou sorrindo.

É tão bobo e inútil que eu estou com raiva em um minuto e no outro eu estou sorrindo como uma pré-adolescente com o primeiro namoradinho.

E é culpa de Sarah!

Eu olho para ela contra o meu melhor julgamento e está lá, aqueles olhos enormes e incolor que sempre parece uma aquarela de acordo com a luz.

Eles são verdes hoje, um tão clarinho que parece um oceano limpo e livre. E então tem aquele pingo de cinza que representa as espumas...

Faço outra careta e ela ri ainda mais.

Quando eu me tornei isso?

_ ainda chateada com a saída da Carla? _ Sarah fica seria de repente, o rosto preocupado.

Balanço a cabeça em afirmação e puxo o travesseiro para mais perto, minha bochecha sentindo a maciez do tecido recém lavado.

Sarah deita a cabeça na outra ponta, os dedos brincando com as minhas unhas descascada.