A ponta do Iceberg.

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Eu poderia desejar algo mais suave,
mas você me conhece.
Eu amo uma tragédia.
Adoro quando é urgente.

Caitlyn Siehl


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           Lumena Aleluia.

Eu não consigo parar de chorar.

É como se o meu coração tivesse sido atingido por lâminas afiadas. Meu interior queimava de tristeza e perda, era forte e avassalador e eu não conseguia parar de soluçar nem por um momento.

É como se tudo em mim tivesse se partido e sangrando lentamente, manchando meu estado mental. Cada vez que eu penso que as lágrimas acabaram, eu olho para o lado e ela não está lá, então elas recomeçam de novo e de novo, um ciclo que parece não ter fim.

O Fiuk é o único que vem me consola, não sei se é por amizade ou pena, talvez os dois, não importa.

A única certeza que eu tenho agora é que eu sou a próxima a sair.

É como se a minha consciência tivesse se jogado contra uma parede de concreta, é isso, não estou devastada pela saída da Karol, estou devastada pois serei a próxima a sair.

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Estou perambulando pela cozinha mais tarde, ainda posso escutar os barulhos de conversa lá fora, comemoração.

Meus dentes rangem de raiva. Que direito eles tem de está comemorando quando o meu está na berlinda? Quão melhor que eu eles se acham?

Racistas.

Uma coçeira persistente se instalou na base da minha orelha, eu já posso sentir uma pequena ferida se formando com a irritação.

_ Para.. Não.

Escuto vozes pela sala de estar, elas são ditas baixas, como se o indivíduo não quisesse ser escutado.

_ Você que disse...

_ Admita, você gostou.

As vozes vão se afastando em direção ao banheiro.

Minhas pernas se movem sem fazer barulho, a curiosidade batendo a mil.

Pressiono meu corpo contra a parede próximo a porta do banheiro, apurando meus ouvidos para escutar.

_ Não acredito que ela saiu! _

É a Sarah.

Franzi a testa e aproximo mais da porta.

_ Eu não duvidei nem por um segundo._ Outra voz que reconheço como Juliette exclama com alegria.

Meus punhos se fecham quando escuto a voz dessa pequena vadiazinha.

_ Você sempre tem razão meu pão de mel.- Juliette repete e escuto barulho de saltos.

_ Pão de mel? _ Sarah ri em um tom de descrença. _ Seus apelidos estão cada vez melhor.

Que conversa é essa?

_ Você bem que gosta minha galega _ Um beijo estalado ecoa no ar.

_ Juliette! Alguém pode ver.

_ Estão todos lá fora e a Lumena já deve está dormindo._ Juliette dispensa e mais beijos acompanham.

Sarah protesta um pouco mas logo está suspirando baixinho.

Meus olhos estão arregalados em descrença, isso não é possível.

Sariette. - Um conto do BBB.Onde histórias criam vida. Descubra agora