Catalisador.

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Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.

Desconhecido

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Sarah Andrade.

Estou procurando por ela, de novo.

Isso está se tornando um hábito que eu honestamente odeio, é frustrante como essa casa é limitada e ao mesmo tempo, tão imensa.

A pulseira azul no meu pulso é como um peso, um tipo de corrente que me mantém presa no lugar, foi uma surpresa o João ter me dado e se estou sendo sincera, não estou nem um pouco grata.

Talvez em outras circunstâncias, eu teria agradecido e ficaria imensamente feliz por comer bem outra semana, mas estamos em lados opostos agora, sem refeições juntas, sem privacidade do quarto do líder, é uma droga.

Meus pés batem na grama frescas meu olhar vaga pela área externa, localizando quase imediatamente a figura solitária.

Força um sorriso quando vou me aproximando, eu sei que ela também está chateada com essa nossa separação, não quero parecer ingrata com uma cara feia e frustar ela ainda mais.

Quando estou perto o suficiente, sou capaz de escutar os soluços baixinhos e discretos vindo dela deitada em uma rede.

Suas costas e seu cabelo longo caindo em cascada pelas costas são as única coisas que eu consigo ver da sua posição.

_ Ju?

Ela pula um pouco e enterra o rosto no braço, fazendo um pequeno gemido estrangulado antes de responder.

_ Oi...

Sem mais delongas, me aproximo e sento na beira da rede, de frente para as costas dela.

Minha mãos se movem para alisar as pontas mais claras do cabelo dela.

Eu sempre achei fascinante como ela conseguiu manter aquela cor daquela forma e ainda parecer natural.

_ Você parece chateada._ Digo com a voz mais tranquila que consigo reunir.

Ela dar uma leve fungada e enterra ainda mais a cabeça no braço, se recusando a me encarar.

_ É pelo Vip? _ Pergunto com uma ponta de receio, talvez tenha atingido ela ainda mais do que eu imaginei.

E novamente, o elástico queima no meu pulso e eu tenho que resistir a vontade de arrancar da minha pele antes que derreta.

Juliette deu uma risada seca, quase zombateiro. _ Você acha que eu seria tão egocêntrica a esse ponto de chorar por isso? Inveja? Sério, Sarah?

Minhas mãos congelam na carícia, meu corpo tenso com a veemência das suas palavras.

Mordo meu lábio inferior com força e volto as carícias, dessa vez na perna protegida pela calça de ginástica.

_ Não, na realidade, só que eu vejo você chorando aqui sozinha e depois da sua expressão quando o João deu sua pulseira a Lumena, juntei 1 + 1.

_ Acho que seu faro para detetive está meio quebrado, Sarará. _ Tem menos raiva nas suas palavras desta vez.

Não consigo evitar o sorriso quando escuto o apelido carinhoso.

_ Então..._ Me estico e deito do seu lado, encarando sua nuca coberta. _ Você vai me contar o que está acontecendo?

Sariette. - Um conto do BBB.Onde histórias criam vida. Descubra agora