Sariette. - Um conto do BBB.

Loucuras de uma quarta a noite.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Luis Fernando Veríssimo
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Passo o delineador suavemente, puxando para fora do olho em uma linha inclinada.

_ Ficou bom? _ Me viro para Sarah, mostrando o olho aberto.

Ela está só finalizando o cabelo, esticando os fios loiros para trás da orelha e jogando as pontas por cima do ombro.

_ Ótimo._ Ela respondeu depois de uma olhada.

_ Estou dizendo, quem me chamar de Juliette hoje, eu voto vish.

Sarah riu do seu lugar a minha esquerda.

_ Tem chamar de quê então? _ Caio perguntou do sofá da sala.

_ Ariana Grande. _ Bufo com a questão óbvia.

Ele não tá vendo meu cabelo não?

_ Estou pronta. _ Carol pronunciou mesmo quando ninguém perguntou._ E muito linda meu amor.

Horrível.

_ Parece um E.T _ Digo tentando (e falhando) em não fazer uma careta.

_ Essa é a idéia._ Carol piscou e foi atrás da sua gêmea, vulgo, Lumena.

_ Certas pessoas não tem o senso do ridículo. _ murmuro baixinho e Sarah ri outra vez. Pelo espelho, é possível ver seus olhos verdes dançando em diversão.

Por uma fração de segundos, meus olhos de desviam para os lábios dela antes de me recompor.

Se aquieta, Juliette, oh, Ariana.

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Normalmente eu tenho uma língua furada, nunca medindo as minhas palavras.

Mas veja bem, não é minha culpa que a festa esteja uma verdadeira merda.

Caio e Rodolfo em uma rodinha (adicionado Projota a mistura.) Carol, Lumena e Fiuk tentando gritar mais alto que a música.

Como se ouvir as vozes deles todo santo dia não fosse o suficiente.

Pocah se jogando no chão, pensando que é alguma versão Paraguai da Anitta.

Taís chamando a atenção do Fiuk de todo jeito, até imitando o jeito dele dançar. Eu tenho que me segurar pra não ir lá e deslocar os ombros dela com uma sacudida.

Para, só, para.

Arthur e Carla vem, dão um beijo e vão cada um para o lado, parece que cada um almejar algo diferente para esse relacionamento.

_ Por quê não está dançando? _ Sarah se joga no sofá do meu lado, as magníficas botas arranhando o piso.

_ Só música ruim._ Dou de ombros, tomando um gole da minha bebida doce e com muito álcool. _ Calor..._ Abano o pescoço com a mão, uma tentativa falha de secar o suor.

_ Quer que eu sopre? _ Sarah Pergunta com uma cara decididamente inocente. Eu não tinha notado que ela estava tão próxima.

Meu corpo fica tenso e incrivelmente quente.

Dou de ombros novamente, fingindo que não é nada demais, é só uma mão amiga.

Nada precisa ficar estranho só porquê beijamos ontem a noite. Amigos fazem isso.

Sarah dar um meio sorriso e se aproxima ainda mais, as coxas nuas quase se tocando. Ela abaixa o olhar e tira os fios que pregaram no pescoço.

Em um movimento fluido e quase imperceptível, Sarah aproxima o rosto do meu pescoço, soprando uma pequena rajada de vento fresco.