capítulo onze: celeste

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Após alguns minutos de discussão Luke e Carrie finalmente chegaram a um acordo sobre que música cantariam decidindo que a versão de Lover em que a Taylor canta com o Shawn Mendes era o dueto ideal para eles, sendo assim o garoto sentou em uma cadeira ao lado dela e já posicionou o violão sobre uma das pernas.

Para o guitarrista existia um momento antes de começar a tocar em que tudo se passava mais devagar e ele apenas fechava os olhos com força por um segundo permitindo que sua imaginação o levasse para longe perdendo-se em seus sonhos mais profundos e então ele era transportado para o palco grandioso do Madison Square Garden, as luzes eram tão fortes que até pareciam estrelas brilhando apenas para ele, a plateia vibrava gritando seu nome e suor escorria por seu rosto, tudo parecia certo, como tinha que ser.

Naquele instante ele sabia que a música valia a pena, que era uma parte crucial dele assim como o sangue que corria por suas veias e ao abrir os olhos não se importou com o fato que a sua plateia na realidade era composta por várias garotinhas que não ligavam de verdade com a escolha da música ou se eles seriam bons, pois apenas queriam se divertir e aquilo de certa forma o fazia sorrir, pois o importante era somente ele e a sua música, sua voz, sua verdade, a melodia e o sentimento de ser invencível.

A voz de Carrie era suave e transmitia uma calmaria contraditória a personalidade que a garota possuía, algumas crianças aproximaram-se totalmente hipnotizadas como se a jovem loira fosse encantadora de cobras, todas a observavam com um brilho sonhador nos olhos mostrando certa admiração e provavelmente desejando ser como ela quando crescerem.

A atenção de Luke estava direcionada ao violão concentrando-se nos acordes da canção, entretanto quando chegou sua vez de cantar seus olhos levantaram-se encontrando na multidão de rostos Julie andando lentamente em sua direção e como todas as vezes que ele a admirava sentiu uma explosão de fogos de artifícios dentro do seu corpo, era como se uma grande onda inesperada o atingisse derrubando-o de surpresa o deixando completamente sem reação.

Tudo desapareceu em uma névoa e uma luz acendeu-se sobre a jovem de cabelos coloridos e como se estivessem em um show particular ele começou a cantar sem conseguir desviar os olhos cor de oceano nem por um segundo, a música ecoava em seus ouvidos como se tivessem ligado uma caixa de som ao seu lado e sua voz soava com uma certa rouquidão.

A letra de Lover fluía por ele rodopiando pelo ar e formando em sua frente imagens tão reais como se um filme estivesse rodando, Patterson conseguia enxergar com clareza as cenas que proferia em conjunto daquela doce melodia. Novamente sua imaginação estava pregando-lhe uma peça fazendo-o vislumbrar um futuro utópico ao lado de Julie onde eles morariam juntos e afastariam os móveis para dançar, no final da noite se sentariam na varanda para conversar tomando um bom vinho e ele continuaria cantando canções de amor em seu ouvido mesmo quando já estivessem com 80 anos.

Toda essa fantasia se desfez em um piscar de olhos quando entrou no refrão e a voz de Carrie o acompanhou trazendo-o novamente para a realidade, contudo aquilo não o decepcionou já que ali diante dele estava Julie Molina com um grande sorriso no rosto dançando com uma menininha, ela estava radiante como um raio de sol vívido tocando a Terra ou uma flor que deixava o vento levar suas pétalas delicadas permitindo-se ser livre e leve junto a brisa.

Somente quando a música estava finalizando que Luke lembrou-se que sua parceira nesse momento era Carrie então voltou seu olhar para a garota ao seu lado ao cantar a última frase, a jovem possuía um sorriso de escanteio e sobrancelhas arqueadas quando os aplausos soaram.

—Você nem tenta mais disfarçar, não é mesmo Romeu?

—Do que você está falando? —Perguntou confuso, mesmo que sua consciência soubesse exatamente sobre o que se tratava.

Try Hard • JUKE (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora