Julie e Luke conversaram por longos minutos, o garoto relaxado no sofá dedilhando suavemente uma melodia no violão e ela no piano o acompanhando em um gesto involuntário como se nenhum deles percebesse como a música fluía por eles.Por fim perceberam o quanto tinham coisas em comum, principalmente quando se tratava de amizade, pois ambos recorriam aos amigos quando estavam sofrendo, buscando um lugar seguro em que realmente poderiam ser eles mesmos, se sentindo amados e protegidos. Nos momentos que mais precisaram seus amigos iluminaram suas vidas, se tornando suas segundas famílias, e essa era a proposta que queriam oferecer com Bright. A música seria uma forma deles de agradecerem aquelas pessoas que independente do que ocorreu nunca os abandonaram e acreditaram que eles poderiam brilhar em suas cores mais vibrantes.
O guitarrista ofereceu o caderno de composição para a cacheada continuar escrevendo a letra, uma vez que aparentemente somente ela havia realizado a matéria de caligrafia no ensino fundamental. Com um sorriso no rosto a jovem pegou o objeto já sentindo a aspereza da capa grossa de couro que sua pele tanto se acostumara, assim que abriu uma página solta escapou caindo lentamente no chão como uma pena leve que se desprende das assas de um pássaro, Julie arqueou a sobrancelha um pouco confusa enquanto se abaixava para apanhar a folha enquanto Luke parecia concentrado no violão, nada existia ao redor quando ele estava com o instrumento que se tornara uma parte de sua alma.
A composição que preenchia a página amarelada era caótica, muitos rabiscos para novas tentativas, muitos pensamentos embaralhados espalhando-se pelas linhas, muitos sentimentos sendo derramados por palavras confusas escritas rapidamente. Julie observou tentando compreender a música e o que Luke estava expondo ali, mas pouco entendeu além do título da canção preenchido no topo com letras garrafais.
—Luke Patterson, você é um conquistador—Exclamou Molina recebendo um semblante confuso como resposta—Primeiro a música para a J e agora Emily, quantas músicas de amor você anda dedicando por aí?
Uma compreensão dolorosa passou rapidamente por aqueles olhos azuis profundos fazendo a negra se arrepender por ter lido novamente outra música de Luke sem a permissão dele, as vezes ela se odiava por ser tão curiosa, mas estava no seu sangue não conseguia se conter.
—Na realidade Emily é a minha mãe—Admitiu o moreno cabisbaixo, apoiando o violão no sofá o garoto se levantou indo sentar-se ao lado dela no piano.
—Desculpe por ser tão intrometida—Sussurrou mordendo o lábio enquanto o observava atentamente.
—Está tudo bem—Deu de ombro com um sorriso apagado direcionando sua atenção para as teclas do piano como se pudessem revelar um grande segredo da vida—Eu estou morando a sete meses na casa do Alex porque tive uma grande briga com a minha mãe, meus pais nunca foram capazes de me apoiar quando se tratava da música até que um dia eu simplesmente explodi, ambos falamos coisas horríveis um para o outro, coisas que eu não me orgulho e me envergonho tanto que nem tive coragem de voltar lá para pedir perdão—Uma risada amarga e rouca é liberada por aqueles lábios sempre tão sorridentes causando arrepios na garota—Novamente eu estou sendo um covarde.
—Você não é um covarde, só está com medo de enfrentar sua família—Disse apertando de leve o ombro do garoto fazendo com que ele levantasse o olhar para expor olhos marejados, como ondas no mar em um dia nublado—Às vezes o melhor a se fazer é se afastar para que ambos possam pensar em suas atitudes, para que possam sentir saudades um do outro.
—Eu sinto saudades dos meus pais todos os dias—Uma lágrima solitária deslizou por seu rosto, Luke sentia-se vulnerável diante de Julie e percebeu que nunca se mostrou tão frágil para outra pessoa que não fosse Alex ou Reggie—Mas eles me machucaram tanto também, é por causa deles toda a minha insegurança.
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Try Hard • JUKE (HIATUS)
Fiksi PenggemarSe apaixonar é como pular de um precipício vendado: totalmente perigoso e inesperado, entretanto existe aquele frio na barriga ao se entregar ao desconhecido. Para viver coisas extraordinárias e sentir tudo a flor da pele você precisa se arriscar, s...