13 - Qual sua cor favorita?

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A conversa com Alberto sobre amor mexeu com a ruiva, em seu quarto ela rola na cama algumas vezes antes de finalmente adormecer.

Está na casa de Vicente, a primeira ainda na sua cidadezinha. A mesa está posta em um lindo jantar iluminado por velas, Vicente aparece sem terno, está com uma camiseta branca de botões, os três primeiros estão abertos revelando parte de seu peito, ele segue até a ruiva e a convida para dançar.

- Não há música para dançarmos.

- Não precisamos de música, dançaremos segundo as batidas de nossos corações.

E ele a conduz lindamente pela sala, seus olhos negros agora carregados de um brilho que Liliane nunca viu, quando a música para ele a toma em seus braços e a beija apaixonadamente, seus lábios se chocam em uma explosão de cores e sensações. Lily então desperta, sentada na cama a ruiva parece atordoada, enquanto tenta se acalmar, ela respira fundo e tudo o que consegue sentir é o cheiro do perfume de Vicente...

" Meu Deus, que coisa estranha, será que ele esteve aqui? Não, eu devo estar alucinando, toda essa conversa com Alberto deve ter mexido com minha cabeça "

A garota levanta da cama, olhando no seu celular percebe que são quase 6 horas da manhã, um pouco tonta com o sonho estranho que teve ela segue para a cozinha, vai em busca de um pouco de água. Quando chega a cozinha encontra um homem frio a olhando de cima a baixo.

- O que faz acordada Liliane?

- Não dormi direito, vim apenas pegar um copo de água, já estou voltando

Vicente a olha, ele tenta ao máximo manter a pose indiferente, mas desde sua última conversa no escritório ele não consegue parar de pensar na ruiva, a pouco foi vê-la em seu quarto, dormia feito um anjo, um anjo vindo sabe-se lá de onde para tirar sua paz e tranquilidade.

Essa garota insolente, sem papas na língua estava o fazendo se questionar sobre muitas coisas, e mesmo odiando o pai por tê-lo comprado aqui estava ele disposto a tentar conversar.

- Pesadelos?

- Algo do tipo.

- Quando eu era criança minha mãe me incentivava a compartilhar meus pesadelos, ela dizia que ajudava a afugentá-los.

- Eu não vou compartilhar meus pesadelos.

- Por que não?

- Talvez eu os compartilhe, mas não com o senhor.

Vicente franze a testa, ele sempre parece estar de mau humor, e a ruiva começa a perceber que o seu mau humor aumenta quando ele conversa ou apenas está na presença dela, ela não entende o motivo, mas isso a deixa incrivelmente chateada.

" Por que eu o irritei tanto? E eu sequer deveria me importar com isso, esse homem é a arrogância em pessoa. "

Vicente sai da cozinha e Lily respira tranquila, não tão tranquila pois ao respirar volta a sentir o perfume inebriante dele, ela praguejou baixinho enquanto o cheiro de alfa dele toma conta de seus sentidos.

" Eu realmente detesto esse homem, por que ele está aqui? O que quer? Por que estou tão afetada dessa maneira? "

Liliane volta para seu quarto e se mantém deitada na cama em silêncio por mais uma hora, ao descer encontra Alberto e Vicente tentando manter uma conversa civilizada.

- Então pai, eu estava aqui pensando. Qual sua cor favorita?

- De onde veio isso agora?

- de uma conversa com sua protegida, ela me fez perceber que tem muitas coisas que eu não sei sobre você e que gostaria de saber.

- Minha cor favorita é vermelho, e a sua

- Verde.

- Verde era a cor favorita de sua mãe.

" O que? Ele está perguntando a cor favorita do pai? Nossa conversa deve ter mesmo o feito refletir, isso é bom, eu realmente espero que eles se entendam, isso seria bom para ambos pois com a doença do Alberto ..."

" Droga não quero nem pensar, mas ele pode ir embora tão cedo... E ir sem o perdão do filho seria tão triste, além de ser devastador para Vicente não ser perdoado pelo pai, passaria a vida toda arrependido. "

A ruiva se aproxima dos dois, Vicente a olha friamente e Alberto sorri quando ela se aproxima.

- Bom dia.

- Bom dia Liliane, o que andou conversando com meu filho?

- Nada demais Alberto, algum problema?

- Nada que precise se preocupar, eu apenas estou tentando conversar com meu pai, mas outra vez a senhorita se intrometeu.

- Filho não seja tão grosso com a Liliane.

- Tudo bem Alberto, eu não deveria ter atrapalhado, entrei apenas para perguntar se já haviam tomado café da manhã. Se me derem licença vou voltar à cozinha.... E desculpe pela intromissão.

Lily sai da sala e Vicente a observa até desaparecer pela porta, ele não consegue entender por que a trata tão mal, por que essa garota mexe tanto com ele, ele não sabe como agir na presença dela e acaba deixando seu pior lado sair, e ela não fez nada além de ser gentil com ele desde o início.

- Você foi estupido com a garota Vicente, eu não o criei dessa forma.

- Essa garota que vive me interrompendo, ela me deixa irritado, não a suporto.

- Se ela te irrita tanto, por que a ajudou?

- Eu ainda estou tentando entender por que cometi essa estupidez.

O Valor Do PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora