53 - Dois fugitivos, dois mundos que se chocam...

249 38 10
                                    

E depois de uma longa viagem, Vicente e Lily chegam à casa dele, Rosa os recebe.

- Boa tarde Senhor Ferreira.

- Boa tarde Rosa, como vão as coisas por aqui?

A senhora fica de queixo caído, Vicente jamais se dirigiu a ela que não fosse com uma ordem ou friamente, ela olha e pode perceber que ele segura a mão de Lily. A garota sorri e vai ao encontro de Rosa para abraçá-la.

- Rosa, como está?

- Muito bem, e por aqui as coisas andam todas como o senhor gosta Senhor Ferreira.

- Obrigado por cuidar de tudo na minha ausência.

Rosa o olha completamente confusa, trabalha a vários anos para a família Ferreira e a única que era mais gentil era a Senhora Alexa, e com seu falecimento as coisas só pioraram. Agora esse homem estava na sua frente lhe agradecendo por algo que é seu trabalho, sim a senhora estava totalmente confusa.

- É apenas meu trabalho senhor, se me permite a pergunta como está seu pai?

- Está mais alegre, estamos aproveitando o tempo que ainda temos com ele não é linda?

Lily então sorri e o abraça com carinho.

- Sim, e se Deus permitir ainda será bastante tempo.

Vicente segue para dentro ainda segurando a mão de Lily, Rosa os segue e oferece um lanche, estão a horas sem comer nada e cheios de fome. Enquanto ela os serve Liliane pergunta sobre o tio.

- Rosa, tem alguma notícia do meu tio?

- Não muita além do fato de ele a estar procurando como um louco.

- Eu não sei, ele anda muito estranho.

- Eu preciso ir vê-lo.

- Eu não vou deixar que vá sozinha, eu não esqueci como ele a deixou quando nos conhecemos.

Rosa os olha com curiosidade, ela não precisa perguntar pois Vicente mesmo a respondeu.

- Eu não consigo sequer imaginar ele a machucando outra vez, não suportaria. Além de que como seu namorado tenho o direito de conhecer sua família.

Rosa engasga e fala para Lily quase em um sussurro.

- Perdão namorados?

A garota a olha com olhar doce e responde com toda sinceridade.

- Inacreditavelmente ele tem um coração Rosa.

Vicente dá um leve cutucão com o cotovelo e Lily ri ainda mais alto.

- Você o tem, já disse isso.

- Então estamos ferrados pois você tem o meu.

ona Rosa sorri para ambos, parece estar feliz, Lily decide ir ver o tio, Vicente a acompanha e no carro a ruiva o questiona.

- Sua casa fica tão longe, o que fazia por aqui aquele dia?

- Por incrível que pareça, estava fugindo assim como você.

- Do que estava fugindo? Para onde?

- De mim mesmo, meus medos, os fantasmas que me assombravam, estava fugindo para qualquer lugar longe o suficiente para que eles não me encontrassem.

- E acho que não adiantou muito, não é?

- Não, aonde quer que eu fosse eles iam comigo.

- Isso porque estava tudo dentro de você, cada medo, cada fantasma, cada sentimento que o impedia de ser feliz, estava tudo dentro de você, e aonde quer que fosse eles estariam ainda com você.

- E então encontrei você.

- Eu também estava fugindo.

- Dois fugitivos, dois mundos completamente diferentes se chocando.

- Dois corações que aprenderam a bater juntos, embalados por um sentimento louco, improvável que cresce dia após dia...


Acredite nas pessoas... Naquelas que possuem algo mais... Aquelas que, às vezes, a gente confunde com anjos e outras divindades... Digo daquelas pessoas que existem em nossas vidas e enchem nosso espaço com pequenas alegrias e grandes atitudes... Falo daquelas que te olham nos olhos quando precisam ser verdadeiras, tecendo elogios, que pedem desculpas com a simplicidade de uma criança...

Pessoas firmes... Verdadeiras, transparentes, amigas, ingênuas... Que com um sorriso, um beijos, um abraço, uma palavra de faz feliz... Aquelas que erram... Acertam... Não tem vergonha de dizer não sei... aquelas que sonham... Aquelas amigas... Aquelas que passam pela vida deixando sua marca, saudades, aquelas que fazem à diferença... Aquelas que vivem intensamente um grande amor...
desconhecido

(Luis Fernando Veríssimo)

O Valor Do PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora