3 - Oferta de trabalho.

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- Acho que já ficou bem claro que não vou me vender para você.

- O que? Eu tampouco quero foder com você, tenho as mulheres que eu quiser aos meus pés.

- Então o que quer de mim?

- Meu pai está enfermo, câncer terminal, eu não tenho tempo, paciência nem disposição para aturar as sandices dele, quero que você o cuide, medique, leve para passear...

- Mas é seu pai, e se é terminal você não deveria aproveitar seu tempo com ele?

- É isso ou pode pegar suas coisas e ir embora agora mesmo.

- Não tenho outra opção, eu vou tentar.

- Tentar? Você acha que estou brincando. Eu espero resultados, se você não cumprir com suas obrigações eu a demito na mesma hora. Espero que voce não seja uma idiota qualquer e consiga fazer esse simples trabalho.

- Eu vou conseguir, minha vida depende disso você acha que não estou ciente disso.

- Ótimo, a propósito meu pai mora em Chicago, e como você não tem ninguém não terá problemas em se mudar, não é?

Lily fica tensa, não estava preparada para se mudar, muito menos para tão longe, tudo bem que não tem família, mas aqui ao menos tem seus poucos amigos. O medo começa a tomar conta de seu corpo e a ruiva percebe Vicente a olhando com os olhos semicerrados, sem emoção alguma ele continua.

- Você entendeu o que eu disse?

- Sim, eu entendi, desculpe, mas me pegou desprevenida, eu não achei que seria preciso viajar para tão longe, você mora aqui eu pensei...

- Eu não estou te pagando para pensar, apenas me responda se tem algum problema.

- Tecnicamente não assinei nenhum contrato, então você ainda não está me pagando. E não, não tenho nenhum problema com isso.

Vicente fica visivelmente afetado pelas palavras da ruiva, nunca ninguém ousou falar com ele nesse tom, ele deveria colocá-la em seu lugar, mas algo no semblante triste da garota o faz relevar.

- Viajamos amanhã pela manhã, então arrume suas malas.

- Eu não trouxe nada comigo, apenas meus documentos.

- Vejo que não pensa em nada, não é garota, como sai de casa só com a roupa do corpo?

- Talvez pelo fato de eu estar fugindo, se ficasse mais um minuto naquela casa talvez nem conseguisse me levantar mais, ou coisa pior.

- Vou pedir que alguém a acompanhe para pegar alguns de seus pertences.

Vicente então sai batendo a porta, esse homem é tão duro, seu olhar tão gelado quanto o coração, se é que ele tem um, Lily permanece parada tentando entender qual o motivo de tanta raiva, o que terá levado esse homem tão bonito a ser tão duro e fechado com os outros...

Algum tempo depois um homem a acompanha até sua casa, é um dos seguranças de Vicente. Ele aguarda parado na sala enquanto a ruiva pega suas coisas, por sorte o tio não está em casa, deve estar a procurando. Liliane tem pouca bagagem, uma única mala cabe todos os seus pertences.

De volta à casa de Vicente ela segue com Rosa até um quarto de hóspedes, o quarto é quase maior que sua casa, Lily se joga na cama, nunca tinha deitado em uma cama tão confortável. Rosa a acompanha até a sala de jantar, Vicente mal ergue os olhos quando ela se senta.

- Pegou suas coisas?

- Sim, peguei tudo que era meu.

- E está tudo naquela pequena mala de mão?

Dessa vez ele a olha com uma sobrancelha levemente erguida, é a primeira vez que a ruiva detecta emoção nos olhos dele, ele está infeliz.

- Nem todo mundo tem a sorte de ter crescido com dinheiro e luxo como você, algumas pessoas realmente precisam lutar pelo pouco que tem. 

Vicente respira fundo algumas vezes tentando se controlar, a ruiva se prepara para algum tipo de xingamento qualquer como ele costuma fazer, mas nada, apenas um silêncio ensurdecedor.

- Olha eu não quis ser grossa, eu só...

- Pouco me importa o que você acha ou pensa que acha, guarde suas opiniões estúpidas para você senhorita.

Liliane sente vontade de gritar com ele, está cansada de tanta humilhação, mas se cala, ele é quem dita as regras, o poder é totalmente dele bem como o destino dela. 

O Valor Do PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora