Dias depois
Yngrid
As coisas tavam complicando de novo, a lata de leite do Allan tava acabando, mas Deus foi tão bom que chamaram o outro pra virar laje.
Quando Fernando chegou aqui dizendo que não ia eu quase dei nele, entrei na mente dele real e o bofe foi, reclamando a beça, mas foi.
Minha mãe já não tá muito boa comigo, tá me tratando igual cachorra, vou pedir dinheiro com ela pra quê ?
Tânia não tem que sustentar meu filho não, não foi ela quem fez o Allan comigo, meu marido é o Fernando, ele quem tem que dar jeito na nossa situação.
Fernando - Porra, fui lá né !? _ entrou em casa _ Trabalhei um dia inteiro, comi um mocotó muito dos ruim e ganhei só uma garopa! _ mostrou a nota de cem e eu peguei no ato.
Yngrid - Tá ótimo, dá pra comprar o leite do Allan, um kilinho de arroz e ovo! _ cortei ele _ Queria o que meu filho, um salário mínimo ? Tá fazendo bico, não é emprego não!
Fernando - É nisso que eu fico puto contigo, tô batalhando pra trazer dinheiro aqui pra casa e tu nessa de me humilhar!
Yngrid - Não fiz isso não Fernando, humilhação é o que eu passo tendo que pedir dinheiro pros outros pra alimentar o TEU filho! _ respondi a altura _ Bico é coisa pra homem solteiro Nando, dá pra sustentar família não, vai arranjar um emprego caralho,ou tu arruma um emprego ou eu saio da tua vida e levo o Allan comigo, tu que escolhe!
Fernando - TU NÃO VAI TIRAR MEU FILHO DE MIM, NÃO VAI! _ gritou e o Allan começou a chorar.
Yngrid - Paizão que tu é né !? Assusta até o próprio filho! _ falei indignada com o Allan no colo.
Acalmei meu bebê longe dele, Allan é um pouco manhoso, tô tentando tirando isso dele enquanto tenho tempo, chora por qualquer coisinha, tenho que pôr ele pra conviver com outras crianças, se não vai ficar todo bobão quando crescer.
Fernando - Tu é quem pra falar de pai nessa porra ? _ falou quando eu pus o Allan na cama _ Teu pai foi muita referência pra tu né !? Ladrão do caralho!
Não pensei duas vezes antes de dar um de direita na cara dele, fala do meu pai não que eu viro onça, não fode!
Yngrid - MEU PAI PODIA SER VAGABUNDO, MAS NUNCA ME DEIXOU FALTAR NADA, ERA LADRÃO SIM, ROUBOU A VIDA TODA E MORREU ROUBANDO, NEM POR ISSO EU PASSEI FOME, TU PERTO DELE NEM PODE SER CHAMADO DE HOMEM, VOCÊ É UM MERDA, UM FODIDO, ISSO QUE TU É! _ esbravejei.
Fernando - Vou me sair pra não te pegar de porrada! _ falou vermelho de raiva.
Yngrid - VAI MESMO, FODIDO, EMPRESÁRIO DA MISÉRIA!
Os olhinhos do Allan tavam bem arregalados, tadinho, nunca me viu gritar desse jeito.
Yngrid - Desculpa viu filho ? Mamãe tava nervosa, não gosto que falem mal do seu vovô não! _ falei e ele me deu um sorriso banguelo.
Esse porcaria parece que entende tudo o que eu falo, um ano só e já é muito inteligente.
Do pai só tem os olhos castanhos esverdeados, o resto é tudo meu, até o gênio ruim a porrinha herdou, mamãe que lute com esse filho!
Empresário da miséria - Alguém com mania de grandeza, mas sem posses.
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28/02/2021
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Aventura Proibida - Finalizado
Short Story"Já fiz muitas escolhas erradas e andei muito na contramão, mas cada queda me ensinou a olhar pra frente. A gente não pode viver a vida olhando para o que passou". Clarissa Corrêa