Semanas depois
Yngrid
Tô me dedicando mais ao Allan ultimamente, homem nenhum nesse mundo vai ter o amor que eu tenho por ele. Na hora que a Alzira falou aquilo eu revidei, falei tudo o que eu tinha pra falar, mas depois eu me senti culpada.
Não pela Alzira, essa mulher não merece consideração nenhuma da minha parte e sim pelo meu filho.
É complicado, mas tem que ser desse jeito, eu tenho que trabalhar e estudar pra poder dar um futuro melhor a ele, quero dar o mundo pro meu Allan.
Pai dele nunca vai pensar do mesmo jeito, mas pra avó do meu filho é mais fácil me julgar por querer sair com um homem, por ter passado uma noite fora de casa, difícil é perceber o erro dentro da casa dela.
O povo tem uma mania de achar que quando o filho nasce a mulher de antes tem que morrer, que ela tem que ser só mãe e ponto. Fico puta sim, ainda mais quando ouço piadinha de quem nunca soube o significado da palavra mãe.
Decidi que não vou ficar mais dando base a Alzira, que algum mavambo da antiga queira essa rata velha e que ela deixe minha égua andar.
Levei o meu bebê pra ver rua e na volta passei aqui na Vivi.
Mona tá de casinha nova e eu vim fazer a primeira visita, quando ela tava lá naquele quintal era raro de eu ir.
Viviane- Gente, que milagre! _ pegou o Allanzinho do meu colo.
Yngrid - Tem que botar as caras, né !? _ falei e ela riu.
Viviane - Entra aí!
Ela dominou o Allan real e o safadinho mirim gostou, Vivi encheu ele de doce, dançou com ele, não sei quem é mais maluco se é a dinda ou o afilhado.
Yngrid - Vou batizar esse garoto aqui na favela mesmo.
Viviane - Lá no Rosário ?
Yngrid - Uhum, tá ficando velho já, quase dois anos nos cornos.
Viviane - Ialá Allanzinho, tua mãe te chamando de velho!
Yngrid - Mentira, tá novinho ainda! _ dei uma pausa _ Velha tô eu, quase vinte e oito na cara.....
Viviane - Já ? _ falou e eu assenti _ Parece que foi ontem que eu passava lá em casa e te via sentada no sofá, maior carão de criança! _ relembrou e eu ri.
Yngrid - A cara ainda continua, só o corpo que desenvolveu, mamãe dessas! _ falei e ela riu.
Viviane - Mulher do gerente, mamãe e madastra gente, tudo! _ falou e eu dei nela.
Yngrid - Brinca muito você! Sou mulher de ninguém e você sabe disso, tô só de lance com o cara....
Viviane - Tu falava isso do meu irmão também, ficou com ele sete anos e ainda fez um filho pra finalizar!
Yngrid - Cada caso é um caso Viviane! _ dei uma pausa _ E Biguí hein !?
Viviane - Tá puto comigo, não aceitou muito bem eu ter escolhido o Rogério...
Yngrid - Complicado...
Viviane - Até o batizado ele vai ter que superar, eê....
Yngrid - Ó, quero homem brigando no almoço do batizado do meu filho não, hein !?
Viviane - Porra, nem fala! Faltam só duas semanas e eu não vi nada ainda, tá precisando de alguma coisa pro almoço ?
Yngrid - Não, tá tudo certo! Mandei fazer os doces, comprei umas coisinhas pra decorar e tá bom, é só a gente mesmo...
Viviane - Fernando e minha mãe vão ficar a ponto de botar ovo, 'três mavambo' no mesmo ambiente, já sabe que se vacilar vão ficar 'pegado'!
Yngrid - Bobona tu, Deus me livre!
Viviane - Mas é cara, tu vai ver, ele vai ficar que nem uma moça! _ debochou e eu ri.
Passei a tarde lá com ela, ri muito. A gente só pensando em como vai ser esse batizado.
Ainda tenho que falar com o Fernando, acima de tudo ele é o pai da criança né !? Tem que ser avisado sobre.
Se não for o problema é todo dele, pelo menos eu vou estar com a consciência limpa de ter comunicado.
Tânia - E Vivi, como tá ?
Yngrid - Daquele mesmo jeitinho dela mãe, a mesma loucura de sempre! _ falei e ela riu _ Tá toda boba com o afilhado dela...
Tânia - Melhor escolha que você fez minha filha, Biguí também vai ser um bom padrinho! _ falou e eu assenti.
Biguí é louco no Allan, quando meu bebê ficou doente ele me parava na rua só pra perguntar dele, sempre muito prestativo entendeu ?
Acho que esse lance de padrinho e madrinha é quem realmente gosta da criança, e os dois gostam muito do meu filho.
"Quem dá doce ao meu filho minha boca boca adoça!"
Não é esse o ditado ?
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16/05/2021
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Aventura Proibida - Finalizado
Short Story"Já fiz muitas escolhas erradas e andei muito na contramão, mas cada queda me ensinou a olhar pra frente. A gente não pode viver a vida olhando para o que passou". Clarissa Corrêa