E lá estava eu, mais uma vez: dando importância a algo sem importância. Pelo menos foi o que pensei naquele momento. Acho que a maioria das pessoas está tão acostumada a ser tratada mal, que se esquecem de que o respeito ainda é importante e que qualquer relacionamento deve possuí-lo.
Bato as mãos na saia do vestido, tentando retirar as folhas alaranjadas e a sujeira que automaticamente surgiram assim que tropecei naquele galho.
-É vergonhoso, Marcos. -digo após acabar de me ajeitar.
-Você pode me contar qualquer coisa, Beatriz. Nós somos amigos. -sua mão é posta sobre meu ombro.
Assinto com a cabeça, ainda desconfortável com a situação.
-Foi o Bryan...-respondo, sentindo algo voltar a minha garganta.
-O que ele fez? -ele ergue meu rosto -Beatriz, o que ele... Beatriz, você está bem?!
Eu havia dito para Yolanda continuar andando sem mim, pois precisava pensar um pouco. A loira aceitou e eu dei graças a Deus por sempre saírmos meia hora antes da aula começar.
Eu estava confusa quanto a possibilidade de minha mãe se casar outra vez. Por mais que eu não conhecesse meu pai, eu sabia que ele era importante e que de alguma forma eu conseguia sentir saudades dele.
Além disso, eu e minha mãe finalmente poderíamos passar mais tempo juntas, agora que ela tinha se formado. Se ela se casasse novamente, isso iria estragar tudo. Mas por outro lado, eu sabia que uma parte de mim sempre sonhou em ter um pai vivo e de preferência, presente. Afinal, grande parte da minha infância foi baseada em ver meus coleguinhas irem a igreja junto de suas mães e pais, enquanto eu e minha mãe mal saíamos de casa, já que ela tinha que estudar e eu precisava ficar com alguma babá, para não ter que ficar sozinha. Talvez ter um novo pai, não fosse tão ruim assim.
Eu estava prestes a continuar meu caminho para o colégio, quando lamentavelmente dou de cara com Bryan Lambrech.
"Bom dia, anjinho", ele fala, com um sorriso torto.
"Bom dia Bryan, o que você quer?", reviro os olhos, tentando parecer confiante.
"Acho que você não sabe, mas hoje é meu aniversário e..."
"Parabéns então. Agora me dê licensa, tenho que ir para a aula. Acho melhor você fazer o mesmo.", passo por ele, sem nem olhar em seus olhos.
"Espera aí, anjinho... Você não me deixou terminar", ele agarra meu pulso e sinto que meu ritimo cardíaco aumentar "Você bem que poderia me dar um presente, não é?"
"Eu não tenho nada para você, agora."
"Acho que você se enganou...tem sim!" Bryan me deixa sem saída ao me empurrar contra a árvore.
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A Cidade dos Campos Floridos
Novela JuvenilBeatriz e sua mãe Rosemery se mudam para Flowerville para finalmente realizarem o sonho de seu pai. Além de novas amizades, aventuras e paixões, as duas encontram um lugar para enfim chamar de lar. "Descobri que uma família não possui apenas pessoas...