Capítulo 8: Casinha de tijolos vermelhos

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》Yolanda

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Yolanda

Por mais que o motivo que levou Beatriz a ficar conosco tenha sido horrível, fiquei muito contente por termos a chance de conversarmos melhor e de ficarmos mais próximas.

Mesmo que eu tenha três irmãos, de vez em quando me sinto sozinha por não ter com quem falar. Daniel gosta de ficar sozinho e vive mal humorado, Laila é pequena mas muito irritante (tem vezes que ela é fofa, mas são poucas) e o Léozinho ainda é bebê, então a única resposta que ele pode me dar é "gugu dadá".

Na escola, as meninas não são muito legais e por isso não faço amizade com elas. A única amiga que eu tenho lá é uma gata laranja, que eu chamo de Phoebe. Mas ela é muito interesseira, só aparece quando eu tenho comida. Então quando ouvi a notícia de que uma nova médica estaria chegando na cidade e que ela tinha uma filha adolescente, eu "explodi"de felicidade! Figuradamente falando, é claro. Eu torci tanto para que ela não fosse chata como as outras meninas, que quando vi que Beatriz parecia legal, já comecei a imaginar todas as conversas que teríamos e até as futuras pulseiras de amizade que iríamos fazer. Pode soar um pouco ingênuo e ilusório mas foi realmente isso que pensei.

Enfim, eu estava muito feliz por ter achado alguém para dividir segredos e fazer penteados (com excessão da parte de cortar cabelos hehe). Beatriz pode ter cortado meu cabelo errado, mas eu gostei do resultado. Já estava enjoada de ver ele sempre comprido e do mesmo jeito. Pelo menos agora eu iria me destacar! E se o meu corte virasse moda?!

Eu estava quase sonhando acordada, quando Beatriz se senta na cama rapidamente com uma respiração ofegante.

-O que foi, Bea? - pergunto a ela, me sentando ao seu lado.

Ela respira fundo e se vira para mim.
-Nada... foi só um pesadelo.

-O que era?

-Sonhei que minha cozinha estava pegando fogo de novo, mas dessa vez, eu não havia conseguido tirar minha mãe de lá. Ela começava a gritar meu nome e... -uma lágrima escorre por sua bochecha - ... eu não conseguia chegar perto dela pois havia muito fogo ao seu redor. Então eu saí para buscar ajuda, e quando voltei com vocês até a cozinha, eu gritava por ela, mas minha mãe não respondia. Após apagarmos o fogo, vi ela desacordada e foi aí que percebi... eu a havia perdido.

Beatriz começou a chorar sem parar. Aquilo parecia ter sido horrível! Só o que fiz naquele momento foi abraçá-la e dizer:

-Calma, Bea. Isso foi só um sonho... Sua mãe está bem. Ela está bem, Bea.

Ela limpou as lágrimas do rosto com as costas das mãos e disse:
-Obrigada.
Quando nos deitamos novamente, Beatriz falou baixinho:

-Já que você me chama de Bea, vou começar a te chamar de... Landa! O que acha?

Tenho que admitir, achei engraçado a forma como ela mudou de humor tão rápido. Mas enfim, quem sou eu para falar algo?

-Hum... Gostei! -acabo dizendo alto demais e agora quem acorda é Laila.
-Do que estão falando? -a pequena se senta em sua cama.

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