A liberdade

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Havia regressado a realidade, olhei ao meu lado, as pessoas torcendo para aquela "briga de galos", vendo um louco matando o outro e então me veio mais um bilhete de Ernest:
- Controle-se se quiser sair daqui, para os "normais", louco é aquele que não demonstra suas emoções.
- Eu sairei daqui hoje?
- Se tudo der certo, sim.
- Quando?
- Você saberá a hora.
Eu peguei um de seus papeis e uma caneta, escrevi e entreguei a Ernest:
- Qual a sua historia?

Eu nem reparei se ele escreveu sua historia ou não, apenas continuei assistindo a matança, foi então que o pintor venceu, o de fraudas estava morto, logo o enfermeiro chefe se levantou e disse:
- Certo, os vencedores venham pegar o dinheiro, os perdedores devem limpar a sujeira.

Eu fiquei lá, pensando no que havia acontecido, Ernest entregou dois bilhetes para mim, o primeiro estava escrito "leia depois que sair daqui", ele se levantou e foi conversar com o enfermeiro chefe. Eu guardei seus bilhetes no bolso e vi os enfermeiros saindo com o corpo, eu me levantei e fui em direção a porta discretamente, assim que os enfermeiros abriram as portas que davam acesso para fora eu acelerei o passo, foi ai que tudo parou.

O cinza percorria em cada detalhe, o tempo parou naquele momento e todos viraram estatuas, dei meia volta e peguei as chaves com o enfermeiro chefe, depois entrei no hospício e peguei meus pertences, sai de lá como havia entrado, pela porta da frente.

Assim que sai, algo me buscava, ouvi seu trote até que saiu da mata, era o cavalo negro que me buscara, montei no cavalo e tudo começou a ter cores.

MaldiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora