Capítulo 22

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Capítulo inspirado nas músias:

Alone – Celine Dion

Take Me To Church – Hozier

Liar – Sex Pistols

Broken – Seether ft. Amy Lee

Heart-Shaped Box – Nirvana

22º

Eu não sei onde estou. Não faço a mais pequena ideia do sítio onde me encontro, mas a brisa suave que embate na minha cara é agradável. Olho à minha volta e percebo que estou num parque, e o dia está espetacular. Crianças brincam alegremente, casais de idosos encontram-se sentados nos bancos apenas a apreciar a companhia um do outro.

Eu também estou sentada, com as pernas cruzadas, na relva onde posso ver praticamente tudo à minha volta.

Sinto alguém sentar-se ao meu lado e imediatamente viro a cara para ver quem é.

Tento sorrir mas não consigo. A única coisa que consegui produzir foi um esgar nada educado.

- Porquê essa carinha, querida? – o sorriso da minha mãe é quase angelical, o cabelo completamente solto faz com que o seu rosto pareça ainda mais amável e o sol a incidir na sua pele completa a perfeição.

- Tinhas razão mãe. – respondo – Acho que gosto demasiado dele.

- Oh querida!

A mãe puxa-me para o seu colo e embala-me como quando eu era pequenina e as lágrimas parecem ganhar mais ímpeto com este seu gesto.

Sinto a garganta muito apertada e a única coisa em que consigo pensar é na sensação libertadora que tenho ao chorar.

- M, olha para mim. – ao ouvir a voz do Bruce, os meus soluços cessam de imediato e eu façoo meu melhor para esconder as lágrimas antes de me afastar do colo da minha mãe para olhar para ele.

Bruce, está sentado mesmo à minha frente também de pernas cruzadas e com o sorriso carinhoso que sempre admirei nele.

A minha mãe havia desaparecido, pelo que agora estava apenas com o Bruce à minha frente.

- Bruce eu – interrompo para limpar as lágrimas que não queria que ele visse- eu não sei o que se passa comigo.

- M, porquê que estás a chorar? – pergunta num tom de voz calmo, sem perder o sorriso.

Encolho os ombros sem saber o que lhe responder.

- Porquê que estás tão triste? – pergunta outra vez.

Engasgo-me num soluço e olho para ele, que continua com uma expressão pacífica. Mas as minhas lágrimas não param. O meu coração parece imobilizado e interiormente só sinto dor.

- Shhh – sussurra no meu ouvido quando me abraça numa tentativa de me fazer parar de chorar.

- Eu não queria que fosse assim. – soluço – Eu ainda gosto de ti. Eu não posso gostar dele.

Ele  aperta-me mais ainda, fazendo-me fechar os olhos com o reconforto.

- Eu sei que sim, M! Eu sei que ainda gostas de mim, mas a verdade é que nunca me amaste. Tu nunca sentiste amor por mim. É impossível.

Levanto-me do seu colo atabalhoadamente. Aquilo que acabou de me dizer foi como um valente soco no estômago.

- O quê? Claro que te amei. Eu ainda te amo! Nunca te vou esquecer Bruce.

I saw it in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora