I saw it in your eyes

Capítulo 24

Capítulo inspirado nas músicas:

Truth – Seether

Breath me – Sia

Creep – RadioHead

That’s What You Get – Paramore

Try - Pink

24º

Eu estou determinada a seguir o conselho da minha mãe. Vou falar com o Ryan e tentar perceber o que se passa com ele. E a verdade é que não dormi nada com a ansiedade. Eu sou obrigada a admitir que aquela rapariga com que ele esteve no bar me fazia sentir violenta, de uma maneira que nunca achei possível. Cada vez que penso na possibilidade de os dois estarem juntos, assim como eu estive com ele à semanas atrás deixa-me com vontade de bater em alguém.

E eu sei que este tipo de sentimentos são ciúmes. Não sou estúpida. Já tinha percebido que estava com ciúmes à muito tempo só que eu prefiro sempre a negação.

Pode perguntar-se se já confessei a mim própria que estou a apaixonada. A resposta é sim.

Não vale a pena continuar a negar. Sei que realmente sinto algo forte por ele, que parece crescer de dia para dia. Se estou assustada? Estupidamente assustada. Se vou admiti-lo a alguém? Nunca na vida.

Mas eu estou determinada em falar com ele e perceber o que raio terei feito para ele se afastar assim tão drasticamente. Tudo o que espero desta conversa é conseguir perceber o que se passa e talvez seguir em frente para que consigamos voltar ao que tínhamos antes. A esperança era a única coisa que me movia hoje.

Antes de entrar no meu carro, olhei para a casa dele onde era óbvio que já não estava ninguém em casa. Ainda bem. Não estava pronta para o confronto já de manhã! Contava falar com ele antes da nossa aula de história e assim teria tempo para me preparar…

Eu sei, sou uma reles cobarde.

Estava para lá de frustrada. Tinha acabado a minha aula de história e era agora que iria falar com o Ryan. Bem, eu iria falar, se ele pelo menos aparecesse.

Não o vi toda a manhã e faltou à nossa aula juntos. A minha mente vagueava a quilómetros por hora sempre com o pensamento dele com aquela cabra.

Conseguia sentir o meu sangue ferver debaixo da minha pele e começava a pensar que a qualquer momento a  pele iria corroer.

As pontadas no peito aumentavam gradualmente, e, agora que tentava comer só conseguia sentir um nó gigante embaraçado na minha garganta.

- Sozinha?

Olho para cima e vejo o Travis sentar-se ao meu lado com o seu próprio tabuleiro. Reviro os olhos mas de uma forma amigável para com ele.

- O que te parece? Vês aqui alguém? – pergunto-lhe diretamente.

- Bem, agora já não estás sozinha. – encolhe os ombros e pega nos talheres já a preparar-se para comer a enorme refeição de massa.

Observo-o a comer e vejo-me a pensar na maneira como ele é imune à minha maneira de ser rude consigo.

Parece que não se importa minimamente com a maneira como falo para ele e isso deixa-me intrigada.

- Tenho alguma coisa na cara? – olhou de soslaio mas depois engoliu e fechou os olhos. – Esquece, prefiro não saber.

Desatei a rir e recebi dele um sorriso presunçoso. Ele já sabia que eu ia fazer um comentário sarcástico quanto à sua pergunta e decidiu recuar na decisão.