Capítulo 26

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Capítulo inspirado nas músicas:

Seven Nation Army – The White Stripes

Truth – Seether

Creep – RadioHead

Behind Blue Eyes – Limp Bizkit

Losing Your Memory – Ryan Star

26º

É estupido pensar que até à bem pouco tempo eu era uma rapariga normal, que tinha amigos, boas notas e uma vida segura.

Agora? Já nem sequer sei o que aconteceu à minha vida. Tudo está uma enorme confusão e nada é como era antes!

Antes de conhecer o Ryan, claro.

Agora raramente tenho tempo para falar com a minha mãe, a minha melhor amiga ignora-me, ando a evitar a todo o custo o meu melhor amigo tanto pessoalmente como as suas chamadas, o rapaz pelo qual julgo ter-me apaixonado está com outra pessoa e eu estou numa desgraça emocional.

Visitei a psicóloga três vezes nesta semana, que parece ser a única pessoa com quem posso falar e que tem realmente tempo e compreensão para comigo.

E eu sou tão retardada que neste preciso momento estou sentada no meu carro a tentar ganhar coragem para voltar  entrar no consultório. Apesar de ter estado aqui ontem, sinto que não consigo ir ter com o palerma que se diz meu pai, sem falar com a doutora. O meu estado de nervos pode ser comparado a algo como uma panela de pressão cheia de água no seu ponto de ebulição.

Este consultório está quase a tornar-se a minha segunda casa, e agora que me encontro sozinha no meu carro a olhar para o grande edifício do consultório, veio o medo que talvez possa achar que eu sou uma fraca com graves problemas.

E o estado da minha aparência era degradante, o que não contribuía em nada para os julgamentos das pessoas. Durante algum tempo ainda me preocupara em esconde-lo com maquilhagem mas acabei por desistir. Acho que já não me faz muita diferença.

Tudo isto fez com que eu perdesse por completo a vontade de ir às aulas. Faltei a semana toda e não estou minimamente preocupada, apesar de saber que isto está a prejudicar seriamente a minha preciosa média para entrar na grande Columbia, mas honestamente não me preocupa.

Para ser sincera a única coisa que neste momento me move é a vontade de esquecer por completo os sentimentos pelo Ryan. Na verdade, quero esquecer o Ryan por completo e não apenas aquilo que sinto por ele.

Decidida saí do carro e marchei para a entrada do edifício, pronta para mais ua sessão de conselhos e aludas emocionais.

Em menos de um minuto encontrava-me já em frente do balcão da receção à espera que a Olivia me atendesse.

- Maria – cumprimentou, mas sem o tom de voz amigável e compressivo. Desta vez detetei uma pitada de preocupação. – Estás bem? Queres um copo de água?

Franzi a testa. Será que o meu aspeto está ainda pior do que o de ontem? Bem, eu não podia responder a isso, pois nem sequer me olhei ao espelho antes de sair de casa.

- Huh, eu... –

- Senta-te aqui. –interrompeu-me e veio puxar-me para me sentar na sua cadeira. – Estás muito pálida e os teus olhos estão exageradamente baços!

Tive vontade de revirar os olhos mas controlei-me pois ela estava genuinamente preocupada e não queria parecer rude.

- Olivia, eu estou bem. – disse-lhe calmamente. – Só quero falar com a Dra. Martin.

I saw it in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora