Capítulo 13

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Capítulo inspirado nas músicas:

You Give Love A Bad Name – Bon Jovi

When I’m Gone – 3 Door Down

Secrets – One Republic

13º

A doutora olhava para mim ainda sorridente. Eu estava parada no meio do consultório a olhar para ela, como se fosse uma autêntica retardada.

Eu era mesmo uma retardada.

- Maria. – disse ao levantar-se da secretária. – O meu nome é Ellen Martin.

Esticou a mão na minha direção para que eu pudesse apertar. Era magra e extremamente bem conservada. Tinha uma cara simpática e carinhosa, e usava um daqueles vestidos clássicos de dona de casa. Não parece de todo com aquilo que vemos nos filmes.

- Maria Carter. – aproximei-me para que pudéssemos apertar as mãos.

- Senta-se, por favor. – pediu apontando um sofá que se encontrava mesmo ao lado de uma estante com livros.

Caminhei para lá e sentei-me esfregando as mãos nas coxas(movimento que, segundo a minha mãe, só faço quando estou nervosa) e deixei a mala mesmo ao meu lado.

A doutora sentou no sofá que estava à minha frente e suspirou.

- A primeira consulta é sempre muito enervante. – sorriu carinhosamente. – Mas peço-lhe que tente relaxar e acalmar o máximo possível.

Acenei e inspirei profundamente. Porquê que eu estava tão nervosa, de qualquer das maneira? Se isto supostamente é para me ajudar eu devia estar descontraída.

Comporta-te Maria.

- Tenho que ser sincera consigo Maria, e dizer-lhe que esperava a sua visita ao meu consultório. – cruzou as pernas e voltou a colocar o bloco de notas no seu colo. – A Anabelle é uma grande amiga e comentou que a sua filha Maria podia vir a fazer-me uma visita. Pelos vistos não se enganou.

-Não, não se enganou. – falei pela primeira vez desde que entrei.

 Agora com uma cara mais séria, disse: - O que disse à Anabelle foi que a escolha de fazer-mos isto juntas tem sempre de ser sua. A Maria é que decide se quer ser ajudada. A Maria é que sabe se estas consultas a vão ajudar ou não. – abriu o bloco de notas. –Compreende o que lhe estou a dizer?

- Sim. – respondi simplesmente.

- Muito bem. – voltou a sorrir. – Vou explicar-lhe o que é o meu trabalho e como posso ajudá-la.

Soltei um suspiro sarcástico. – Não consigo perceber como é que falar com um perfeito desconhecido ajuda, seja qual for o problema. Não estou a insultar a sua profissão ou o que a doutora faz com os seus pacientes, mas não creio que isto seja aquilo que me vai ajudar. Para desabafar, eu tenho a minha mãe.

- Vamos começar exatamente por aí! – exclamou com a caneta a postos sob o bloco.

Como não percebi o que ela quis dizer com isso, pelo que permaneci calada à espera que prosseguisse.

- O que é que a levou a marcar uma consulta comigo, Maria? – perguntou debilmente.

- Eu precisava de mostrar à minha mãe que não preciso de ajuda. –murmurei.

I saw it in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora