Capítulo 23

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Capítulo inspirado nas músicas:

Here To Die – Five Fingers Death Punch

I’m Not The Only One – Sam Smith

Black and Gold – Sam Sparro

Angel – Massive Attack

Sober – Pink

23º

Jace está aqui. O meu tio Jace veio visitar-me depois de sete anos sem nos vermos. Estou mais confusa do que nunca.

Depois de me soltar do seu abraço de urso, olhou diretamente para mim com os olhos brilhantes.

- Estás tão crescida, miúda! – exclama com o maior dos sorrisos. – A última vez que te vi tinha uns sete ou oito anos?

- Tinha dez, e o mesmo posso dizer de ti! – respondo atónita

Solta uma gargalhada sonora com a sua voz poderosa. Woah, não me lembrava da sua voz ser assim tão grave e masculina. Ele realmente cresceu desde a última vez que o vi com os seus dezoito anos.

Oh espera. Isso quer dizer que o meu tio Jace já tem vinte cinco anos? Uau.

- O que estás aqui a fazer? – pergunto confusa mas com um sorriso.      

- Queria falar contigo. – o seu sorriso enfraqueceu – Achas que podemos falar?

Que raio? Queres ver que acordou esta bela manhã de sol e lembrou-se: “ah espera vou visitar a minha sobrinha que não vejo à uns sete anos para meter a conversa em dia”.

Huh estranho?

- Claro. – franzi a testa. – Queres entrar?

Apontei para a casa que ele já não entrava desde que eu era uma criança.

- Vamos lá.- respondeu.

Caminhei à sua frente e dirigi-me à porta de entrada já com as chaves preparadas na mão. Foi quando empurrei a chave na fechadura que ouvi o carro do Ryan irromper pela entrada da garagem dele.

Abri a porta completamente e fiz sinal a Jace para entrar. Entrou e quando saiu do meu ângulo de visão vi o Ryan e o pequenino parados ao lado do carro. Sorri ao pequenino, entrei em casa e fechei a porta.

Dei por mim a pensar no que raio estaria o Ryan a pensar ao ver-me com o Jace. Um homem que tem o seu BMW estacionado à frente da minha casa e estava vestido com um fato preto executivo. Ri-me interiormente. A cabeça dele deve estar uma confusão e completamente desejoso de saber quem é.

Até que parei. Porque raio estou eu importada com o que ele pensa? Tal como ele havia dito, nós nunca tivemos nada. Eu não me devia importar.

E não me importo. Não me importo nada. Certo?

- A casa está diferente desde a ultima vez que aqui estive. – comentou pensativo.- No entanto o piano mantem-se no mesmo sítio. – sorriu

Sentei-me ao seu lado no sofá e virei-me diretamente para ele.

- Posso oferecer alguma coisa?

Olhou para mim durante algum tempo com um sorriso a desenhar-lhe os cantos da boca. Era como se estivesse a estudar a minha face e descobrisse algo realmente impossível.

- Jace? – digo numa tentativa de o arrancar do transe.

Piscou os olhos diversas vezes e o sorriso desenrolou por fim. – Isto é surreal.

I saw it in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora