capítulo seis.

1.6K 258 826
                                    

Aproveitem o capítulo novo!

Eram quase onze horas e Edward estava totalmente inquieto. Desde o dia anterior não conseguiu tirar William da cabeça. Nos dias em que Titânia não estava o rapaz se permitia dormir um pouco mais, porém naquela manhã de domingo não foi possível. Ele estava ansioso pelo encontro então não tardou a despertar, não eram seis horas quando o de olhos verdes se levantou. Fez tudo extremamente rápido e um pouco atrapalhado: arrumou sua cama, preparou e comeu o desjejum, limpou e organizou os principais cômodos da casa e o relógio acabava de marcar nove horas. Não havia muito mais a ser feito, o rapaz então foi para a banheira, tomaria um banho longo para tentar relaxar seu corpo tenso e acalmar seus ânimos, ele reconhecia estar agitado.

O corpo alvo e magro estava semi imerso na água morna, que o cobria até pouco abaixo dos mamilos. As mãos apoiadas nas laterais da banheira e a cabeça também encostada na louça. Sua mente viajava para as profundezas azuis cobalto que eram os olhos do príncipe. Um sorriso bobo surgiu em seu rosto e ele ao menos notou. William era tão, tão... William. Não haviam adjetivos, ele não era igual a nenhuma outra pessoa ou nenhuma outra coisa. O príncipe tinha luz própria como o Sol e parecia se iluminar de maneira diferente para Edward.

Seus cachos estavam sendo lavados com um sabão em barra de gordura vegetal e óleo essencial de frutas, o qual o próprio Edward havia feito – era mais um dos seu hobbies. Mas aquela bolha doce foi estourada quando a mente do esverdeado o lembrou de algo: Titânia. A mulher definitivamente não aprovaria o encontro do mais novo com o herdeiro à coroa. Ele não saberia explicar o porquê, apenas sentia. Além do fato de que ela parecia se incomodar com quase todas as coisas que vinham do cacheado e ele apenas não entendia a razão. Edward precisaria esconder isso dela.

O rapaz suspirou fundo, aquela situação o incomodava profundamente, mas ele pensava não haver nada que pudesse ser efetivamente feito para mudá-la.

Com cautela saiu de dentro da tina branca de caulim e secou seu corpo. Estava decidido a afastar aqueles pensamentos, não se preocuparia com isso agora. A única coisa importante no momento era que encontraria o príncipe em algumas horas.

Já em seu quarto o jovem de olhos verdes encarava à si mesmo desnudo e com os cabelos molhados pesando sobre os ombros através do espelho. Seu armário tinha as portas escancaradas enquanto ele fitava seu interior. Edward gostaria de vestir algo especial e bonito, já que nas primeiras vezes em que se viram, William estava sempre radiante enquanto ele usava vestes simples demais ou estava visualmente bagunçado, como no dia anterior na padaria.

Depois de um bom tempo acabou por escolher calças de alfaiataria azul marinho quase justas, uma camisa fina clara cuja as mangas ele subiu até alguns centímetros antes do cotovelo, e botas escuras. Mas ainda assim, não estava cem por cento contente com sua escolha.

Dio, isso está péssimo! O que eu faço agora?! – gesticulava e gritava consigo mesmo. — Eu não posso fazer isso, o que estava pensando?! Santissimo, eu sequer saberei o que dizer à ele. – joga o corpo na cama e suspira. — Edward, por que você é tão tolo? Não deveria ter aceitado isso. Come sono sciocco!

Mais alguns minutos encarando o teto e finalmente tomou coragem para se levantar. Sabia que estava se descontrolando por bobagem, era apenas o nervosismo. Então, já que estava devidamente vestido e calçado, começou a pentear os cabelos agora menos úmidos e passou uma gotinha do seu óleo de bergamota na curva atrás das orelhas.

Dez e trinta e Edward já estava pronto. Ele se sentia um pouco ridículo, toda aquela euforia o fazia parecer um garoto de treze anos, mas era algo que simplesmente não conseguiu conter. O cacheado sabia que deveria comer algo, almoçar antes de sair, porém seu estômago entregava todo o sentimento de ânsia presente naquele corpo quando se revirava. Acabou por preparar um suco de framboesas, morangos e mirtilos, era tudo o que aguentaria agora.

Eclisse | L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora