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Juventude por definição é o caráter daquilo que é jovem, do que revela frescor, brilho. E talvez a juventude seja o caráter humano mais belo de se trajar. Jovens não são apenas aqueles quem cabem entre determinado intervalo numérico da escala da vida. Juventude tem a ver com espírito, é algo que se carrega na alma.
E a capacidade mais aguda e energética de amar, ao jovem pertence. A juventude soa intensa porque vem, primeiramente, carregada de paixão. Paixão urgente, que ruge. Os jovens apaixonados podem fazer do seu ser ou objeto de apreciação a sua maior potência, sua maior motivação. Seja a música, o teatro, um romance clássico ou aquela comida deliciosa, a paixão cabida na juventude faz tudo tornar-se a melhor coisa do mundo. Como um doce sorriso que é entregue sem ao menos notar o esticar de lábios, ou um choro desenfreado que de repente aperta seu peito e consome todo o seu corpo. É intenso, forte e com prazo indefinido. Até onde a juventude alcança? Até onde você for capaz de sustentá-la. Um adolescente de quinze anos pode carregar consigo nuances amargos e ainda assim ser jovem, se agarrar à uma paixão para manter-se forte e vivo. Uma senhora de noventa anos, viúva e sertaneja também pode ser jovem, porque, caso ainda não esteja claro, juventude é altivez e desejo, estado espiritual quase inabalável. E mesmo quando ela se perde não é preciso temor, porque a juventude é para sempre recuperável.
E assim como cada jovem tem suas paixões, com Edward e William não seria diferente. Edward apreciava as artes plásticas, a literatura e a gastronomia. Apesar de suas mazelas, sabia admirar a vida, no seu mais fundamental significado. Ele sabia enxergar o valor de cada pequeno ser, de seus sentimentos e beleza. E claro, apreciava o príncipe. Pela primeira vez em dezenove anos se sentia daquela maneira por outra pessoa. Ele não saberia explicar como tudo vinha tomando forma tão depressa. Se conheciam há pouquíssimo tempo, mas quanto tempo é pouco ou muito? Apenas parecia certo, como se houvesse algo sobrenatural, o destino, ou seja lá qual nome quiser usar, que os trouxeram um ao outro. Era fluído, suave e tinha sabor doce. Como quando você visita a praia pela primeira vez ainda muito criança para entender aquela imensidão avassaladora diante de seus olhos e num impulso corre desajeitadamente para se molhar. Pode ser o mergulho mais gostoso da sua vida ou o mais perigoso, você não sabe, apenas quer experimentar.
E William se sentia provando pela primeira vez algo com o que sempre sonhou. A imensidão de Edward não o assustava, então ele apenas mergulhou. E desejava nadar cada vez mais profundamente. Os olhos verdes esmeraldinos do rapaz o fazia querer ser assistido por eles o tempo todo. Seus lábios carmesim o fazia querer ser beijado por toda a extensão de sua epiderme. Edward exercia um poder sobre William que sequer imaginava. Coisas que não poderiam ser explicadas através de palavras por tamanha ser a abstração, mas claramente compreensíveis através da sensação. Toques, suspiros, olhares, o som de suas vozes e as batidas do coração. Era sinestésico.
Sinestesia é provavelmente a melhor significação de Juventude. A definição mais completa e verossímil para este conjunto de emoções e razões destrambelhas que, de algum jeito, tomam forma.
E era sobre isso que Niall e Edward conversavam: suas paixões. O cacheado e o amigo decidiram passar aquela quinta-feira juntos. Eram raras as situações que conseguiam ficar tanto tempo na companhia um do outro. O loiro era o único amigo de Edward, eles se conheceram na infância e então não desgrudaram mais. É de se imaginar que o pequeno garotinho de cabelos cacheados nos ombros e olhos brilhantes tivesse certo receio na presença de pessoas estranhas, afinal quando se tem apenas quatro anos e a única figura adulta que você tem em sua vida mais te aterroriza do que qualquer outra coisa, você se tornar uma espécie de bicho assustado é um processo quase natural. Porém, sua luz nunca havia de fato se apagado, estava apenas guardada até que ele se sentisse à vontade para mostrá-la. E bem, Niall foi quem deu o empurrão para que ela saísse de onde se escondia.
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Eclisse | L.S.
FanfictionDesde as mitologias mais antigas, Sol e Lua são retratados juntos, como signos complementares. Na Itália do século XVIII a crença nos deuses Hélios e Selene era muito presente, por essa razão os reinos de Lughari e Lunari eram muito unidos. Dois r...