capítulo nove.

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William tinha vinte e um anos, nessa idade muitos príncipes já haviam se casado e até mesmo governavam. Entretanto, como a família Tomlinson vinha tendo problemas comerciais por muitos anos e nenhum reino se interessava em fazer alianças com Lunari, Johannah e Federico concordaram que nenhum dos filhos seria forçadamente casado, apenas em razão do amor. Porém, coisas inesperadas acontecem, a vida é imprevisível. Quando Arles enviou uma carta em resposta ao rei lunariano concordando em aliar-se à eles, é claro que Federico comemorou. Como um monarca sua maior função era cuidar e prover ao seu povo, e ele vinha se sentindo em dívida com todos ali. Não era uma proposta recusável. E bem, até então nenhum de seus herdeiros havia se apaixonado, não existiam impedimentos. Até então.

O príncipe William estava apaixonado por Edward. Apaixonado como nunca antes imaginou. Mais profundamente do que um dia sonhou. E o assustava de certa maneira pensar como havia sido veloz e intenso. Em pouco tempo deixou que o rapaz de lindos olhos verdes transformasse sua vida e tocasse seu coração. Às vezes pensava se não estaria sendo precipitado em seus sentimentos. Mas a visão de Edward sorrindo o fazia ter certeza de que não. Edward era exatamente tudo o que ele sempre esperou. Edward era o verbete perfeito para tantas das palavras em suas poesias sobre o amor. Amor, essa era a definição dele. Que por sua vez era indefinível, pois nunca haveria adjetivos, substantivos ou nomes para descrevê-los ou explicá-los plenamente. Nem Edward tampouco o amor. Ele merecia não só mundo em suas mãos, o universo a ele pertencia. Edward era uma força natural, e não só terra, água, fogo ou ar, ele era a soma de todas elas. Seu toque fazia o corpo e coração de William arderem em brasa, seus olhos traziam o príncipe para a terra firme, o fazia sentir seguro ao mesmo tempo em que o som da sua risada soprava como brisa leve em seu rosto o levando para longe... Os sentimentos que nutria pelo rapaz de cabelos cacheados eram como água, ora colocando o seu peito em agitação, ora o trazendo paz e tranquilidade. Ele era tão gentil quanto forte, bonito e inteligente sem qualquer moderação, mas sem nenhuma arrogância. Edward era Amor e William ansiava com todo o coração poder conjugá-lo.

Porém, não era com Edward com quem o príncipe estava agora. Ele bebia uma xícara de chá totalmente absorto da conversa e risadas ao seu redor. No coreto situado no jardim do castelo estavam a família Tomlinson e os Cartier-Delyon tomando o chá da tarde. A linda paisagem repleta de flores ou a comida saborosa não poderiam distrair o príncipe da sua realidade pesada e incomoda presente. À esquerda de William estavam Federico, Johannah e suas irmãs, e à sua direita Amélie e seus pais, Rosalie e Cédric. A família francesa havia chegado há poucas horas, descansaram um pouco da longa viagem e depois reuniram-se todos para que finalmente o príncipe e a princesa se conhecessem.

Amélie era linda. A moça tinha um belo par de olhos azuis, cabelos castanho-claros lisos e volumosos. Os traços de seu rosto eram finos, mas suas sobrancelhas grossas e bem delineadas traziam personalidade para sua beleza. Amélie era definitivamente alguém por quem qualquer um poderia se apaixonar.

— Estou muito contente por finalmente termos nos reunidos todos. – Johannah fala enquanto beberica sua bebida quente.

— Seu filho é um legítimo gentilhomme, Amélie terá sorte em casar-se com ele. – Rosalie dirige sorrisos à filha e William.

Gentilhomme = Cavalheiro, em francês.

— William, tem postura de rei. – Cédric olha para o rapaz e depois para seus pais. — Devo dizer, fizeram um excelente trabalho. Ele já é um grande homem.

— Obrigado, majestade. É gratificante ouvir isso, meu filho orgulha muito a mim e a mãe. – Federico dá um leve aperto na mão do filho, quem sorri sem dentes em resposta. — Porém, sua Amélie não está atrás. Tão jovem e já tão erudita. Além de belíssima, é claro.

Eclisse | L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora