Finalmente este capítulo, eu não via a hora de postar. A música dele está nas mídias e na playlist.
Comentem bastante e votem.
Boa leitura.
"Meu Deus..."
Um vento forte e barulhento começou a soprar e o céu se escureceu completamente, tornando visíveis somente alguns relâmpagos luminosos se partindo na imensidão azul. Um trovão escandaloso soou e de longe podiam ser ouvidas as vozes na aldeia louvando o momento.
Entretanto, nenhuma gota de água caiu das nuvens escuras. A única fonte que se derramava eram os olhos verdes de Edward. Ele caiu sentado no chão, sentia todo o seu corpo ser comprimido internamente enquanto sua mente corria desenfreadamente.
Em dado momento, ainda encarando o medalhão em suas mãos, seu cérebro entra num estado confuso e quase hipnótico, e como uma visão, memórias que ele sequer sabia ter retornam à sua mente:
"Ehilá, carino. Sorria para a mamãe, Sol".
"Você é tão amado, querido, a mamãe nunca deixará que algo aconteça com você".
"Sorte a sua ter nascido tão bonito quanto sua mãe, Edward... E sorte a minha ter vocês".
"Nós trouxemos um presente, filho. É um medalhão especial, para você nunca se perder de nós. Não importa o que aconteça, você terá o amor da mamãe e do papai para te guiar para casa".
"Criança maldita, você irá pagar pelo pai que tem. O inferno começa agora."
Mais um trovão e um soluço alto.
Edward sentia-se totalmente perturbado. Ele tinha pais que o amavam com rostos perfeitamente materializados em sua mente, graças à uma parte nunca antes acessada de sua memória. Era uma sensação quase de alucinação, como se estivesse ensandecido, perdido em devaneios.
A mulher em sua visão-memória tinha olhos verdes, cabelos escuros e um grande sorriso. O homem tinha cabelos e olhos castanhos-claros, e o nariz pontudo e angular.
Ele tinha pais que se pareciam com ele.
O rapaz levantou-se abrupto do chão, reunindo suas coisas e saindo do cômodo, trêmulo, assustado e aos prantos.
No andar superior, ele passa os olhos pela porta do quarto de Titânia e sente uma vontade fora do comum de entrar e sufocá-la até seu rosto tornar-se roxo, mas em segundos retoma o seu norte. Ele jamais faria aquilo e, de qualquer modo, algo dentro dele o dizia para não mover seus peões agora. Ela poderia ser ainda pior do que ele havia realizado e ele precisava estar realmente preparado para tomar alguma atitude - e contra-atacar se necessário.
O cacheado entrou em seu quarto e trancou a porta. Sua cabeça dói por seus olhos que ainda choram. Ele deposita as cartas e o colar em sua mesa de cabeceira e se deita.
O céu ainda se quebra em raios e trovões, seco. Os olhos dele não deixaram de transbordar por nenhum segundo, úmidos.
A noite e a madrugada vão se arrastando cheias de dores e dúvidas. Edward não conseguia dormir.
Há alguns pares de quilômetros dali, seus pais, inexplicavelmente, também, não.
[...]
Já se passava das três horas da manhã e Edward ainda estava do mesmo modo, encolhido no meio do colchão, sem saber o que fazer para encontrar algum conforto.
Então, ele se lembrou das cartas, até agora intocadas. O rapaz virou-se na cama e alcançou o maço de papéis, com certo receio.
Ele respirou as cartas, tinham o cheiro do príncipe.

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Eclisse | L.S.
FanfictionDesde as mitologias mais antigas, Sol e Lua são retratados juntos, como signos complementares. Na Itália do século XVIII a crença nos deuses Hélios e Selene era muito presente, por essa razão os reinos de Lughari e Lunari eram muito unidos. Dois r...