capítulo vinte e quatro.

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Finalmente este capítulo, eu não via a hora de postar. A música dele está nas mídias e na playlist.

Comentem bastante e votem.

Boa leitura.

"Meu Deus..."

Um vento forte e barulhento começou a soprar e o céu se escureceu completamente, tornando visíveis somente alguns relâmpagos luminosos se partindo na imensidão azul. Um trovão escandaloso soou e de longe podiam ser ouvidas as vozes na aldeia louvando o momento.

Entretanto, nenhuma gota de água caiu das nuvens escuras. A única fonte que se derramava eram os olhos verdes de Edward. Ele caiu sentado no chão, sentia todo o seu corpo ser comprimido internamente enquanto sua mente corria desenfreadamente.

Em dado momento, ainda encarando o medalhão em suas mãos, seu cérebro entra num estado confuso e quase hipnótico, e como uma visão, memórias que ele sequer sabia ter retornam à sua mente:

"Ehilá, carino. Sorria para a mamãe, Sol".

"Você é tão amado, querido, a mamãe nunca deixará que algo aconteça com você".

"Sorte a sua ter nascido tão bonito quanto sua mãe, Edward... E sorte a minha ter vocês".

"Nós trouxemos um presente, filho. É um medalhão especial, para você nunca se perder de nós. Não importa o que aconteça, você terá o amor da mamãe e do papai para te guiar para casa".

"Criança maldita, você irá pagar pelo pai que tem. O inferno começa agora."

Mais um trovão e um soluço alto.

Edward sentia-se totalmente perturbado. Ele tinha pais que o amavam com rostos perfeitamente materializados em sua mente, graças à uma parte nunca antes acessada de sua memória. Era uma sensação quase de alucinação, como se estivesse ensandecido, perdido em devaneios.

A mulher em sua visão-memória tinha olhos verdes, cabelos escuros e um grande sorriso. O homem tinha cabelos e olhos castanhos-claros, e o nariz pontudo e angular.

Ele tinha pais que se pareciam com ele.

O rapaz levantou-se abrupto do chão, reunindo suas coisas e saindo do cômodo, trêmulo, assustado e aos prantos.

No andar superior, ele passa os olhos pela porta do quarto de Titânia e sente uma vontade fora do comum de entrar e sufocá-la até seu rosto tornar-se roxo, mas em segundos retoma o seu norte. Ele jamais faria aquilo e, de qualquer modo, algo dentro dele o dizia para não mover seus peões agora. Ela poderia ser ainda pior do que ele havia realizado e ele precisava estar realmente preparado para tomar alguma atitude - e contra-atacar se necessário.

O cacheado entrou em seu quarto e trancou a porta. Sua cabeça dói por seus olhos que ainda choram. Ele deposita as cartas e o colar em sua mesa de cabeceira e se deita.

O céu ainda se quebra em raios e trovões, seco. Os olhos dele não deixaram de transbordar por nenhum segundo, úmidos.

A noite e a madrugada vão se arrastando cheias de dores e dúvidas. Edward não conseguia dormir.

Há alguns pares de quilômetros dali, seus pais, inexplicavelmente, também, não.

[...]

Já se passava das três horas da manhã e Edward ainda estava do mesmo modo, encolhido no meio do colchão, sem saber o que fazer para encontrar algum conforto.

Então, ele se lembrou das cartas, até agora intocadas. O rapaz virou-se na cama e alcançou o maço de papéis, com certo receio.

Ele respirou as cartas, tinham o cheiro do príncipe.

Eclisse | L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora