Eclisse | L.S.

capítulo vinte e seis. | penúltimo.

Este é o penúltimo capítulo de Eclisse. Aproveitem bastante, votem e comentem. Boa leitura.

- Amore, não vá, por favor. - a voz manhosa e recém amanhecida de Edward soou perto do ouvido de William.

- Eu também não queria ir, cuore, mas você sabe que preciso. - ele respondia calmamente.

- Você vai deixar o amor da sua vida grávido do seu futuro herdeiro sozinho? - dramatizou choroso.

- Carino, eu serei rápido, prometo. - disse rindo.

As pernas longas de Edward estavam enroladas em William e seus braços o prendiam num abraço, não querendo o deixar sair da cama. O nariz quente e pontudo do cacheado começou a passear a nuca do mais velho e seus lábios a distribuírem beijos.

- Então, faça amor comigo antes de ir. Por favor.

William puxou o corpo do outro para mais perto de si e o colocou sentado sobre seus quadris. Edward se desfez sobre o tronco do príncipe o beijando apaixonadamente. A sua barriga saliente entre os dois ainda era pequena, quase imperceptível em suas vestes, mas nu ficava evidente. As mãos suaves e firmes do mais velho passeavam todo o corpo macio sobre si, ambos soltando gemidos baixos e contidos para que ninguém os ouvisse. Somente quando Edward atingiu seu ápice pela segunda vez, William pôde deixar o quarto.

O casal havia se mudado definitivamente para Lughari. Foi uma decisão coletiva que o cacheado precisava ficar perto de sua família depois de tantos anos longe de todos eles. Para William foi difícil deixar Lunari, se distanciar de seus pais e irmãs, mas era necessário. E de qualquer modo, em uma hora viajando de carruagem, eles poderiam se visitar.

Depois da morte de Titânia e o perdão entre os reinos, choveu por uma semana seguida, chuva que lavou a terra, abasteceu poços e alimentou a alma daquelas pessoas. Era tempo de recomeço e a felicidade estampada nos rostos do povo daqueles reinos mostrava que todos estavam cientes disso. Todos ali trabalhavam fervorosamente para reerguer Lunari e Lughari, tanto os aldeões quanto as famílias reais, todos unidos por um mesmo propósito. William no momento ajudava o sogro na busca por novas minas de pirita, que depois de descoberta por dois garotos lugharianos, se tornou o alvo de Desmond para reviver a economia do seu reino. Com o retorno das chuvas, Lunari podia finalmente voltar a um bom ritmo agropastoril e reiniciar sua produção agrícola, posteriormente conciliando com o comércio dos produtos de suas terras. Havia a ajuda dos Cartier-Delyon, também, Amélie e Cédric decidiram aliar-se à ambos os reinos e ajudá-los a voltarem a prosperar. Para além dos benefícios econômicos, existia também o respeito por suas trajetórias e o carinho por aquelas famílias envolvidas.

Antes de mudar-se definitivamente, Edward foi uma última vez à casa em que costumava morar apenas para buscar seus quadros, eram o único bem que ele possuía, afinal. Estar naquele lugar que era marcado por momentos tão duros e difíceis, fora angustiante. Ele sentiu seu peito doer e seus olhos marejarem assim que entrou, mas no primeiro soluço alto os braços do príncipe já o envolviam num abraço.

O retorno do príncipe perdido à Lughari foi motivo de grande comemoração. Houveram sete dias seguidos de festa, o último deles sendo a sua coroação. Nesse dia, haviam centenas de pessoas dentro e do lado de fora do castelo, todos queriam fazer parte daquilo, cumprimentar o príncipe e vivenciar aquele momento grandioso e de glória alcançado.

- Diante de mim está Edward Gianni Styles, príncipe legítimo e herdeiro ao trono do reino de Lughari. - a voz do bispo ecoou contra as paredes da capela. - Príncipe Edward, receba agora sua coroa de principado com honra e solenidade.

Quando a coroa foi posicionada sobre os cachos cor de chocolate, havia um sorriso contido nos lábios de Edward, encarando todas aquelas pessoas à sua frente. William o observava da primeira fileira com muito orgulho faiscando de seus olhos. Edward estava lindo em seu traje real, com a espada na cintura e um pequeno manto sobre os ombros. Era um daqueles grandes marcos que indubitavelmente estaria nos futuros livros de História.