capítulo dezessete.

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Depois de dezesseis capítulos de amor e felicidade, as coisas começarão a se dificultar para eles... Espero que gostem dessa nova fase da estória.

Votem e comentem. Boa leitura!

li.ber.da.de

substantivo feminino

5. estado daquilo que está solto, sem qualquer empecilho tolhendo os seus movimentos.

7. possibilidade que tem o indivíduo de exprimir-se de acordo com sua vontade, sua consciência, sua natureza.

Cheiro de terra molhada, céu azul, sol brilhante e pássaros cantando na janela. Foi assim que Edward e William acordaram naquela manhã de sábado, 29 de agosto de 1745. O dia seguinte.

Corpos quentes, cabelos desgrenhados e olhos apertados. Aquele foi, possivelmente, um dos melhores despertares de suas vidas. Beijos suaves distribuídos pelas costas nuas de Edward lhe arrancaram suspiros e gemidos preguiçosos.

A aura morna não se devia, apenas, ao calor do lado de fora, era, também, a quentura que emanava de seus corações. Eles se amavam profundamente e agora tinham certeza disso, prometeram um ao outro. E nada no mundo seria capaz de diminuir a veracidade daquela promessa, nem mesmo as quedas e obstáculos mudariam o fato de que Edward amava William e William amava Edward, arrebatadoramente. Nem mesmo as rupturas temporárias que, inevitavelmente, viriam. Nada nem ninguém poderia mudar a realidade, que era apenas uma: Eles partilhavam de um Amor sempiterno e se pertenciam inexoravelmente.

Depois de alguns minutos apenas enrolando na cama, dando carinho um ao outro, decidiram se levantar e tomar banho. Juntos, dessa vez. As pernas não se esticavam totalmente na banheira, mas o príncipe foi eficiente em confortar Edward entre suas coxas e trazer as costas dele até seu peito, contornando seus ombros com os braços. A cabeça do cacheado repousava no ombro direito do mais velho, esse com o queixo, cuidadosamente, apoiado nela. Eles estavam em silêncio, apenas se sentindo e aproveitando a água fresca na tina de pedra.

— William, eu te amo. – sussurrou de repente.

— Eu te amo, Edward. Muito. – um beijo fora depositado na têmpora sem que saíssem da posição em que estavam.

Quando terminaram, ambos se vestindo apenas com calças, o casal tomou um bom café da manhã que Edward preparou. William apesar de não cozinhar, ajudava o namorado naquilo o que pudesse, seja cortando frutas ou colocando a mesa.

William cresceu em um castelo cercado por empregados, e mesmo quando a situação financeira já não era mais tão extravagante – o que ficou claro quando ele tinha mais ou menos doze anos – por consequência da crise progressiva que enfrentavam, ele sempre teve muito, desde a sua alimentação às suas vestes. Um reino tão rico quanto Lunari, levaria mais do que alguns pares de anos para encontrar a miséria grotesca – especialmente, a família real. Federico sempre achava algum meio de segurar as pontas, muitas vezes nos últimos segundos, mas sempre conseguia. A situação não era ideal, claro, mas eles tinham recursos, ainda que escassos, para manter, minimamente, aquele povo e, suficientemente, à si mesmos. Então, William nunca teve de preparar as próprias refeições, lavar suas roupas, limpar seu quarto ou qualquer outro canto do castelo, sempre teve alguém que fizesse por ele.

O castelo por si só era valioso, além de possuir muitos objetos de luxo – não tantos como há vinte anos, já que diversas vezes o rei os negociava. Entretanto, no momento em que os olhos azuis se distraíram da organização dos talheres na mesa e observou o corpo alto e magro de Edward assoviando enquanto despejava calda sobre um bolo, William soube que aquilo já bastava. Nada que pudesse ser pago com todo o ouro e bens materiais deste mundo seria tão precioso e significante quando seu namorado. Edward e o amor que o príncipe nutria por ele eram inestimáveis. Nada poderia se comparar à paz que habitava em seu coração quando ele habitava em Edward.

Eclisse | L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora