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O último domingo de agosto não foi tão quente e ensolarado como os outros. Dizem que o tempo influencia as nossas emoções, mas talvez alguns que tenham o poder de mudar o tempo.
Que, ao menos, William e Edward têm esse poder, é sabido.
O dia estava um tanto nublado, havia apenas o mormaço, o que tornava as coisas ainda mais exaustivas para Edward. Ele havia perdido as contas de quantas horas estava limpando aquela casa. Titânia o entregou uma imensa lista de tarefas absurdas para serem feitas, e ele receberia uma a cada dia da semana, como a mesma disse. Esse fora o meio que ela encontrou para mantê-lo em casa o máximo de tempo que pudesse, o mais longe de William que pudesse. E o cacheado esfregava cada canto da sala com o peito pesado e os olhos se derramando, ele estava triste e cansado, afinal.
Quando ele pôde, finalmente, tomar banho e se deitar, já era tarde, a noite tinha caído e com ela veio um pouco mais de frescor. As cortinas balançavam um pouco e a lua trazia alguma claridade para o cômodo. Edward sentiu seu corpo quase desmanchar-se na cama, dolorido. Suas costas e pernas doíam de modo latejante e suas mãos estavam calejadas. Com lençóis até as costelas, ele se agarrou no travesseiro que ainda tinha o perfume do príncipe e se permitiu chorar novamente, até que adormecesse.
O príncipe estava não muito melhor no castelo. Ele havia passado a maior parte de seu dia sozinho em sua cama. Ele não se sentia disposto para ver ninguém, e os dois guardas que estavam agora na porta de seu quarto e que o seguiriam aonde quer que ele fosse, deixavam tudo ainda mais desanimador. A rainha havia triplicado sua vigilância, William não passaria por aqueles portões ou muros sem que ela soubesse. Então, ele se conformou em ficar isolado aquele tempo, porque nem suas irmãs ou Zain e Liam conseguiram fazê-lo sentir-se melhor.
A sua mente fervilhava em preocupações, pois, além de não ter contado a verdade à Edward como planejava, ainda aconteceria o baile no dia seguinte, o que deixava a realidade do casamento cada dia mais próxima e sufocante. Ele estava com medo e arrasado. Seu coração sentia falta de Edward e seus olhos estavam vermelhos e irritados pelas horas corridas de lágrimas. William e Edward eram verdade e imensidão e não era justo que tentassem pôr rédeas em seu amor, que era sua maior fortaleza.
[...]
— Johannah, per favore, fale comigo.
— Temos muito o que fazer, Federico. O baile é amanhã, não temos tempo para falarmos de bobagens, precisamos estar descansados para receber Amélie e sua família pela manhã.
— Nada que te faça chorar é bobagem e nós temos tempo, não é tão tarde ainda. – se aproximou e a segurou cautelosamente pelo braço. — Olhe para mim. Diga o que aconteceu.
— William aconteceu, Federico. – suspirou cansada e sentou-se na beirada da cama. — Eu estou estressada e não sei mais o que estou fazendo. Quando o confrontei ontem ele parecia tão quebrado e, afinal de contas, sou a mãe dele, não gosto de vê-lo dessa maneira... Mas ele não está certo, amore, você sabe disso.
— Eu sei? – arqueou uma sobrancelha.
— Claro que sabe! Ele é um príncipe e tem compromissos para com o seu povo. Além de ter me desrespeitado, levantou a voz para mim, passou dias longe de casa e mentiu. Isso não está certo!
— Querida, entendo o seu lado, mas William não é um vilão, não haja como se fosse. Você disse coisas ruins, também...
— Eu sei disso e me arrependo. – seus olhos marejaram. — Disse tudo em um momento de raiva, mas não era verdade.
— Ele não tem como saber que se sente assim, deve estar muito mais magoado do que você. – o homem finalmente sentou-se ao lado da rainha. — "Decepção" é uma palavra forte, Johannah.
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Eclisse | L.S.
FanfictionDesde as mitologias mais antigas, Sol e Lua são retratados juntos, como signos complementares. Na Itália do século XVIII a crença nos deuses Hélios e Selene era muito presente, por essa razão os reinos de Lughari e Lunari eram muito unidos. Dois r...