12. EU QUIS MATA-LOS

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Dois dias depois Helena evitava qualquer tipo de interação social com as pessoas do complexo

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Dois dias depois Helena evitava qualquer tipo de interação social com as pessoas do complexo. Pietro e Wanda tiveram que explicar o motivo do ataque de pânico e recente exclusão de Helena. E é claro que isso causou preocupação no restante da equipe.

Helena por outro lado parou de ir a faculdade, o simples pensamento de que podia ser acusada da mesma forma que a mulher no café havia feito a assombrava diariamente.

Claro que Helena sabia que tinha culpa na história, ela não era nenhuma santa e tinha noção disso. Mas a culpa era um sentimento devastador e aterrorizante que a consumia todos os dias de sua vida.

Durante muito tempo Helena simplesmente escolheu se esquecer daquilo, trancar aquelas memórias no mais profundo interior de suas lembranças e fingir que nada daquilo havia acontecido. E deu certo, por muito tempo deu certo.

Mas dizem que esqueletos escondidos no armário não ficam submersos por muito tempo. Uma hora ou outra aquela bomba explodiria e fugiria do controle. Helena só não estava preparada para aquilo.

Vídeos haviam sido feitos do ocorrido no café e espalhados pela internet tinham se tornado a notícia do momento. Tablóides e sites de fofocas amavam tocar no nome dela e eles apenas.

Entre os civis, Helena era repudiada e diversas vezes se viu sendo alvo de ataques na internet. Teve que pedir a FRIDAY que desaparecesse com todas as suas redes sociais e meio de comunicação que ela tinha, era quase como viver na época das cavernas.

Tony e sua acessória de imprensa também tentavam de todas as formas possíveis desvincular a imagem de Helena daqueles vídeos, mas não era tão fácil.

- Não deveria ficar vendo isso - Pietro disse assim que entrou no quarto.- não foi culpa sua.

Ele pegou controle da televisão e desligou o aparelho. Se sentou ao lado de Helena que permanecia imóvel na cama.

- Não é o que eles dizem - ela murmurou.- estão pesquisando minha vida inteira, aposto que sabem até o meu extrato no banco.

- São todos uns mentirosos.- Pietro resmungou.

- Então porque desligou a TV?- Helena perguntou.

Pietro suspirou sem saber o que responder. Não era fácil lhe dar com tudo aquilo e ele não era nenhuma pouco bom em dar conselhos.

- Porque não me conta sobre tudo isso?- ele pediu.

- Que diferença isso vai fazer?- Helena sussurrou.

- Não muita - Pietro contou.- mas as vezes tirar um peso da consciência é a melhor maneira de começar a se sentir bem outra vez.

Helena suspirou. Não sabia que voltar aquele assunto seria tão doloroso e difícil. Se fechasse os olhos ainda poderia ver os rostos assustados dos dois garotos, ainda poderia sentir o medo e o pavor que emanavam deles.

Mas Pietro podia ter sua razão. Durante muito tempo Helena trancou aquelas lembranças no armário, estava na hora de deixar os esqueletos saírem.

- Eu posso mostrar a você.- Helena disse.

- Então mostre-me. - Pietro pediu.

Helena esticou as mãos e segurou as do rapaz entre as suas. Seus olhos mudaram de cor e a energia roxa os circulou. O ambiente mudou.

Pietro podia ver uma sala, parecia um escritório, haviam duas pessoas nele. Um homem mais velho e uma garota. Eles pareciam discutir sobre algo.

- Não pode fazer isso - a garota disse.- não pode dar a minha vaga a outra pessoa.

Pietro então viu quem era aquela garota. Os mesmo cabelos castanhos, os mesmo olhos e a mesma aparência, talvez um pouco mais jovem, porém ainda assim, Helena.

- Entenda senhorita Gordon - o homem insistiu.- a meses que a senhorita deixou de frequentar a Universidade e essas são as normas.

- Normas? Que tipo de normas são essas?- Helena perguntou com raiva.- eu sou a melhor aula desse lugar.

- Sem dúvidas a senhorita é - ele continuou.- mas ainda assim não podemos passar por cima das regras por você.

- Eu tive meus motivos pra faltar.- Helena contou em voz baixa.

- Motivos esses que não foram explicados a direção da escola - o homem disse.- sinto muito, senhorita.

- Quem ficou com a minha vaga?- Helena perguntou.

- Isso é uma informação sigilosa.- o homem disse.

- Eu ouvi dizer que você me disse a verdade.- Helena disse sem paciência.

- Sua vaga foi dada a Julian Lewis - o homem disse e logo voltou ao normal.- eu não posso fazer nada, senhorita.

- É você não pode mesmo.- Helena murmurou sombria.

A cena mudou. Estavam agora em um estacionamento. Pietro podia ouvir um choro distante, Helena segurou sua mão e o puxou para próximo de um carro. Ele viu pelo vidro que a pessoa que estava chorando era ninguém mais que Helena.

Pietro fez menção de abrir a porta do carro e parou olhando para Helena.

- Pode abrir - a garota disse com uma voz distante.- ela não vai se importar.

Pietro abriu a porta e tentou tocar as costas de Helena, porém suas mãos atravessaram a menina como se ela fosse um fantasma.

- Não pode toca-la - Helena explicou.- são apenas lembranças.

Então eles ouviram risadas e a garota no carro ergueu a cabeça encarando um ponto distante. Os dois seguiram o olhar da menina.

Dois garotos se aproximavam. Julian e Barry Lewis. Eles assistiram Helena sair do carro com os olhos tomados de um roxo vivo. Caminhou ao encontro dos dois jovens e sorriu.

- Tudo bem com você moça?- Barry perguntou.

- Você é Julian Lewis?- Helena perguntou.

- Sim - Julian respondeu.- algum problema?

- É, eu tenho um problema - Helena murmurou com uma voz assustadoramente gélida.- mas eu posso resolve-lo agora mesmo.

Pietro estranhou o tom de voz da garota, porém o que veio a seguir o assustou ainda mais. Helena moveu as mãos rapidamente fazendo com que os dois garotos se chocassem com a parede mais próximo.

A força exercida por Helena foi tamanha que acabou fazendo com que os garotos tivessem sérias fraturas pelo corpo, ocasionado suas mortes.

- A S.H.I.E.L.D e Tony tomaram conta da situação e encobriram da mídia por anos - Helena contou assim que as lembranças desapareceram.- eu não sei como aquela mulher descobriu.

Pietro estava em silêncio encarando os olhos vermelhos de Helena que derramavam lágrimas pelo seu rosto.

- Não foi sua culpa - Pietro insistiu. - você se descontrolou.

- Você não entendeu nada, Pietro - Helena murmurou.- eu quis fazer aquilo. Eu quis mata-los.

- Todos nós já fizemos coisas horríveis das quais não nos orgulhamos, Helena - Pietro disse.- a diferença é que nós escolhemos como continuar. Você tirou duas vidas, mas já salvou milhões. Agora você pode escolher entre continuar sendo a Vingadora que salva pessoas todos os dias ou essa garota que se afunda em promessa de falhas cometidas.

Helena encarou Pietro por alguns segundos antes de se jogar nos braços o rapaz e abraça-lo com força. Ela tinha cometido erros no passados, mas esses erros podiam ser concertados. Isso dependia apenas dela.

COLLIDE        pietro maximoff Onde histórias criam vida. Descubra agora