Cap. 10 - A Vida Dela é Minha

7.7K 561 57
                                    

Pov Camila Cabello

Parece que bandos de abutres estão em guerra no meu peito, arrancando a carne dos meus ossos, mas por fora não mostro nada. Não vou
dar à bela putinha esse prazer. Ela armou para cima de mim. Como terrorista, nada menos.
O que compartilhamos significava menos que merda para ela.

Não paro para entender por que esse pensamento me irrita. Apenas irrita. Talvez porque enquanto eu a procurava nas ruas como louca, ela não dava a mínima. Embora a intimidade delirante que compartilhamos esteja se repetindo em minha memória, ela se esqueceu de mim com facilidade, talvez no segundo em que escapou do meu quarto.

Não importa. Estou pensando em lembrá-la.

Na totalidade.

Sokolov a olha com ceticismo.

— Está falando a verdade? — Ele parece ter dificuldade em acreditar que ela fez os disfarces.

As narinas de seu nariz delicado se abrem, como se a dúvida dele insultasse sua honestidade, quando já estabelecemos que sua honestidade é questionável, na melhor das hipóteses.

— Por que eu mentiria? — A raiva que aparece em seu rosto carrega sua voz, mas não a torna menos musical. — Eu já te dei todos esses nomes. O que é mais um no grande esquema das coisas?

Uma ideia se instala em minha mente desgastada. Chame de esperança. Chame de estupidez. Chame de loucura maldita.

— Isso será fácil de verificar. — Não gostando da proximidade de Sokolov com ela, me imponho em seu espaço.

Se o que ela diz é verdade – e essa parte estúpida de mim que ainda não posso reprimir, ainda espera que ela esteja mentindo – darei a punição que ela merece. É meu direito e só meu.

— Ela pode mostrar sua habilidade em mim hoje à noite.

— E em mim — Acrescenta Ilya como uma criança insolente.

Para o inferno. Ninguém a toca, exceto eu. Ela teve sua escolha. Ela escolheu minha cama. Foi comigo que ela fodeu quando me deu tudo e não me deu nada.

Sokolov faz mais perguntas. Ela responde a todas. Durante a troca, assisto Sokolov de perto. Por causa de Lauren – ou melhor, da minha pequena enganadora Mink – os sogros de Sokolov estão mortos.

Conheço bem o meu ex-líder de equipe. Ele não vai deixar passar. Mesmo enquanto ele está lá, olhando-a com uma expressão de pedra, vejo o que está se formando em sua mente. A execução de Lauren é um dado. A pequena sniper não sairá daqui viva.

Sua língua nunca mais se enredará em um beijo, sua vagina nunca se esticará por um pau como fez com o meu, como se fosse o ajuste mais perfeito. Uma mentira nunca sairá de seus lábios exuberantes novamente.

O corte naquele lábio me incomoda. Não se encaixa lá. Nem os machucados em sua pele translúcida e perfeita. É bom que os caras que a entregaram já se foram, ou eles iriam em sacos de cadáveres.

Mentirosa ou não, eles não tinham o direito de agredi-la. Eu deveria ter dito para trazerem-na ilesa, não apenas viva.

Sokolov está brincando com ela, deixando-a acreditar que sua cooperação conquistará sua liberdade, mas vejo isso nos seus surpreendentes olhos verdes. Lauren é mais inteligente que isso. Ela não é uma garota civil que roubamos da rua. Ela diz a ele o que ele quer ouvir, mas diz que só conheceu Henderson pessoalmente uma vez e não sabe onde estão nossos sósias, embora tenha trabalhado com eles no passado.

Quando Sokolov finalmente sai, relaxo a guarda o suficiente para olhar Lauren adequadamente. Ela está bem. Meu peito incha de orgulho. Orgulho indesejado, mas posso ajudá-la tão pouco quanto meu pau se interessa por sua proximidade.

CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora