Cap. 16 - Esconder

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Pov Lauren Jauregui

Apertando o nariz, corro pelo saguão em direção ao banheiro, bato a palma da mão na porta e corro para a pia. Quando eu solto, o sangue espirra no mármore branco do balcão.

Não.
Merda.

Pego uma toalha de papel no dispensador e, inclinando a cabeça para trás, pressiono-a debaixo do nariz até que o gotejamento pare.

Apoiando as mãos na bancada, olho para o meu rosto no espelho.

Isso não.

Por fora, sou como uma estátua de granito. Por dentro, estou tremendo.

Os hematomas me assustaram esta manhã, mas eu tinha esperança. Esperava que eles fossem restos do nosso sexo violento.

Choque e decepção enchem meu peito até meu coração se afogar em desânimo. Tudo o que quero fazer é gritar, mas bato o punho no balcão. O golpe dói, a dor aguda e sóbria quando a vergonha me vence.

Não seja patética, Lauren. Controle-se.

Não sei de nada. Ainda não.

Fungando, olho para a bagunça que é o meu rosto. Assim não vai dar. Não vai funcionar.

Endireitando minha coluna, molho uma toalha de papel e limpo o sangue da minha pele. Mal joguei a toalha manchada de sangue no lixo quando uma batida alta soa na porta.

— Lauren!

Camila.

— Estou aqui — Falo. — Saio em um minuto.

A porta bate contra a parede.

Minha guardiã entra rápido, seus olhos castanhos como chocolate, selvagem.

— O que você está fazendo? — Ela olha ao redor do banheiro vazio como se esperasse ver outra pessoa – ou como se pensasse que me pegaria subindo pela janela.

Não posso culpá-la. Fiz uma vez e faria novamente se ela não tivesse me marcado como uma cadela.

— Nossa. — Eu me viro e me inclino sobre a pia, toda zombaria calma e casual. — Uma garota não pode fazer xixi em paz?

Ela me olha atentamente, procurando a mentira.

— Você não uma garota qualquer.

Não, não sou. Eu dou uma risada irônica.

— E daí? Preciso pedir permissão para usar o banheiro?

Sua resposta é curta.

— Sim.

— Porra, Camila. — Transbordo de raiva. — Acho que estabelecemos que não tenho a menor chance de escapar. Você pode me dar uma folga.

Seus lindos olhos me fitam.

— Meça suas palavras.

— Ou o quê?

— Quer perder mais liberdade? Não tenho problema em mantê-la trancada no meu apartamento.

Fico calada. O objetivo de ajudá-la nesse trabalho é ganhar liberdade. Preciso disso agora mais do que nunca.

Ela sorri friamente.

— Que bom que você entende.

Meu corpo afunda, a força me deixando abruptamente. Tudo o que sinto agora é cansaço, e isso me assusta muito.

Chegando mais perto, Camila coloca as mãos nos meus ombros.

— Não era o que parecia lá atrás.

CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora