Cap. 33 - Concentre-se

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Pov Camila Cabello

Tudo está indo conforme o planejado, mas não consigo parar de me sentir desconfiada. Esta manhã quase me matou. Fazer amor com Lauren e saber que vou perdê-la hoje, me destruiu por dentro. O espaço que tentei colocar entre nós após nosso intenso ato de amor foi a coisa mais difícil que fiz depois de deixá- la sozinha naquela suíte para se encontrar com um desprezível como Dimitrov.

Ilya e eu entramos no elevador. Os dois seguranças do hotel já tiraram suas camisas e roupas de baixo. Suas jaquetas e calças estão empacotadas em uma bolsa que está no chão.

Eles usam um cartão-chave para bloquear o elevador, garantindo que não pare em nenhum andar.

Quando as portas se fecham, Ilya e eu rapidamente tiramos nossas botas pesadas antes de tirar o macacão. Vestimos camisetas e calças cargo por baixo. Mantemos as luvas de algodão que usamos para transportar e manusear a pintura. O objetivo real deles não é proteger uma obra de arte preciosa, mas não deixar impressões digitais. O governo não permitirá que sua força policial nos persiga por um golpe que eles ordenaram, a menos que sejamos pegos em flagrante, mas você nunca sabe. Não gosto de deixar vestígios desnecessários. Nossa conexão varrerá a sala das impressões de Lauren antes de deixar os federais entrarem em cena.

Quando enfio meus pés de volta nas minhas botas, minha mente vai até Lauren. Ela vai ficar bem?

Droga. Meu foco não está onde deveria estar.

Provavelmente sentindo meus sentimentos voláteis, Ilya me lança um olhar de soslaio enquanto ele entrega seu macacão a um dos homens.

Os homens vestem o macacão e o boné e entrego as chaves da van. Ninguém fala. Nós andamos até o saguão em silêncio tenso. Depois que eles saem e subimos novamente, Ilya me olha com um olhar fixo.

— O quê? — Eu estalo, com vontade de bater em algo.

— Você tem que se concentrar, cara.

— Quem disse que não?

— Você não está aqui. — Ele aponta para o chão. — Está a quilômetros de distância.

Ele tem razão. Eu não sou a única com muito a perder.

A vida do meu irmão também está em risco.

— É Lauren — Admito com um suspiro derrotado. — Estou preocupada. — Não, é muito mais que isso. — Estou ficando louca de preocupação.

— Ei. — Ele agarra meu ombro e abaixa a cabeça para alcançar meus olhos. — Ela fez muitos trabalhos sem você. Ela sabe o que está fazendo.

— Mesmo assim. — Ela é uma mulher, e uma mulher pequena e delicada. E ela estará trancada em um quarto de hotel com um criminoso perigoso – eu verifico meu relógio – sete minutos. Porra. Eu aperto minha cabeça entre as mãos. Só de pensar nisso me faz suar. Cada parte de mim quer voltar e tirá-la de lá.

— Concentre-se — Diz Ilya, me dando uma sacudida. — Em alguns minutos, terminará.

Vai terminar. Lauren e eu terminaremos. Tudo vai acabar. Minha vida perderá todo o sentido quando ela me abandonar.

— Não pense nisso — Diz Ilya, adivinhando corretamente o que está passando pela minha cabeça. — Você pode ficar bêbada mais tarde e quebrar todas as mesas e cadeiras do bar.

— É só que... — O quarto andar acende. O andar da suíte Klimt. O andar onde Lauren está, esperando Dimitrov. — Gostaria de poder trancá-la e mantê-la a salvo de danos.

— Ela não é o tipo de mulher que você pode envolver em algodão. Trancá-la vai matá-la lentamente. Você viu o quão ruim ela ficou naqueles primeiros dias depois que você a levou. Lauren precisa disso. Aposto que ela também é boa nisso.

Orgulho cresce no meu peito. Sim, ela será muito boa. A melhor. Mas ainda assim, isso é difícil. Meu instinto protetor exige que eu a mantenha longe de situações perigosas. Então, novamente, até ontem, minha possessividade exigia que eu a mantivesse só para mim. Para sempre. E se eu pude mudar minha natureza por ela, o suficiente para libertá-la, posso dobrar minha proteção para dar-lhe minha confiança.

— Você está bem? — Ilya pergunta, procurando nos meus olhos.

— Sim. — Como gosto da porra do cabeçudo agora.

O elevador toca quando chega ao sexto andar.

Agarrando a bolsa com as roupas dos seguranças, Ilya diz:

— Hora de jogar.

Saímos no último andar. Verifico a imagem da câmera da cidade na rua abaixo que é alimentada pelo meu relógio, cortesia de nossos hackers. Dois utilitários esportivos com janelas escurecidas estão estacionados na rua, no momento em que os seguranças do hotel estacionam em nossa van. Dimitrov e seus homens saem dos veículos. Há cinco guardas e um homem magro, sem fone de ouvido, que suponho ser o especialista.

Dimitrov caminha até um carro estacionado na calçada. A janela do lado do motorista se abre. Ele se inclina para dentro e troca algumas palavras com o motorista. Como eu esperava, Dimitrov nos observou. É bom que nossa chegada tenha sido bem organizada. Dimitrov assente. Ele se endireita e dá um tapinha no teto do carro, depois, atravessa a rua com seus homens. Eles entram no hotel no momento em que pegamos a escada de incêndio, caminhando para o telhado.

Uma parede ornamentada que corre ao redor do perímetro nos protege da vista. Nos agachamos atrás dela ao lado da sacola com os rifles. Dimitrov deve estar na suíte agora. Seus homens estarão revistando a sala, e Lauren o revistará, enquanto Ilya e eu trocamos as luvas de algodão por finas de couro.

Enquanto fecho a bolsa com as armas abertas, o toque do meu telefone soa no meu ouvido. Verifico a identificação de chamadas no meu relógio.

É Anton.

Uma lasca de premonição corre pela minha espinha. Ele não ligaria agora se não fosse urgente. Ele sabe que temos exatamente três minutos antes do rapel pela borda do prédio até a varanda da suíte Klimt.

Ilya, que está conectado ao meu relógio por meio do nosso sistema de comunicação compartilhado, me dá uma olhada preocupado.

Toco no microfone uma vez para atender a ligação, verificando se minha arma está carregada corretamente, mesmo quando respondo:

— Anton?

— Tira a Lauren de lá!

Meu corpo vira gelo, minhas veias congelam.

Ele continua em tom apressado.

— É uma armadilha.

— É uma armadilha

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CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora