Cap. 23 - Minha Mulher

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Pov Lauren Jauregui

A porta do vestiário se abre quando eu puxo o zíper do vestido.

Pelo amor de Deus! Camila mexeu na fechadura? Sei que ela não confia em mim, mas
para onde vou num cubículo sem janelas?

Estou numa área de provadores, sem saída. Não sou Houdini, pelo amor de Deus!

— Você não precisa me espionar aqui. — Eu me viro com uma carranca e congelo.

O homem que fecha a porta atrás de si e tranca não é Camila. Ele é loiro de olhos castanhos e tem cerca de sessenta anos. Eu posso facilmente colocá-lo para fora, e é por isso que não faço. Não me sinto ameaçada, mas estou vigilante.

Aponto para a porta.

— Saia.

Ele coloca um dedo nos lábios e faz um sinal para eu ficar quieta. Posso não reconhecer o rosto dele, mas não deixo escapar o sorriso ou a maneira distinta como ele se comporta com flagrante destemor, uma característica que muitos confundem com arrogância ou vaidade.

Meu coração começa a galopar tão ferozmente que posso ouvir o sangue bombeando nos meus ouvidos.

— Gergo?

Ele sorri.

Porra, ele é bom. Não é de admirar que o chamem de Camaleão.

Meu choque se transforma em medo. Ele é louco? Camila está sentada a uma curta distância. Ela pode nos encontrar a qualquer momento.

Pego o braço de Gergo e sussurro urgentemente:

— Você tem que sair daqui.

— Ninguém me viu entrar.

— Não é seguro.

— Eu posso cuidar de mim.

— Não estou sozinha — Dou uma risada.

— Eu sei. — Ele inclina a cabeça em direção à porta. — Camila Cabello está cuidando de você.

Nos espelhos que nos cercam, meus olhos se
arregalam.

— Como você sabe? Como você me achou? —
Por favor, diga-me que você não me seguiu.

— Segui você.

Merda.

— Por quê?

— Estava preocupado com você. Em Budapeste, você não era a mesma. Queria ter certeza de que você estava bem, e eu também.

— Gergo, estou falando sério. Você tem que ir. Se ela te encontrar aqui...

— Ela parece absorta no que quer que esteja fazendo no telefone. Ela não vai procurá-la. Temos alguns minutos.

— E se ela viu você entrando aqui? Não acredito que você está correndo esse risco.

— Coloquei um monte de roupas em frente à entrada do vestiário.

Indo na ponta dos pés, espio por cima da porta. Um monte de roupas que clientes haviam experimentado, mas não levado, de fato, bloqueia a vista.

Olho para meu ex-companheiro de equipe. O julgamento em seu rosto me faz estremecer.

— Não é o que você pensa.

— Você está morando na casa dela. Ela compra roupas para você. O que devo pensar?

— Estou fazendo um trabalho para ela.

— Um trabalho? Você está trabalhando para os russos agora?

CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora