Cap. 15 - Compartilhar

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Pov Camila Cabello

A mulher deitada no meu peito não chora, mas ela quer. Eu sei como é a derrota. Envolvendo meus braços em torno dela, eu a abraço e dou a ela o que posso, o que sou capaz. Eu a odeio pelo que ela fez, mas a possuo. Isso me dá uma responsabilidade sobre ela.

Minha raiva se foi. Queimou com o sexo selvagem, desapareceu quando meu pau amoleceu e deslizou para fora do seu corpo com a minha semente. O que resta no calor do momento é um ponto molhado nos lençóis e nas cinzas frias da razão.

Com isso, vem um toque de arrependimento.

Ilya estava certo. Lauren me fodeu com suas próprias motivações justificadas. Eu não tinha o direito de ver nada além isso.

Seja qual for o caso, ela está aqui agora, e vai ficar.

Esfregando suas costas, pergunto:

— Para que você precisa do dinheiro? — Porque eu disse coisas e me sinto culpada. Um sentimento estranho para mim.

Ela demora um momento para responder.

— Uma garota tem que viver.

— Meu trabalho agora é cuidar de você.

— Não tenho permissão para manter meu orgulho?

Admiro isso. Irrita-me que ache cativante.
Desnecessário, mas fofo. Ainda assim, minha voz é mais dura do que o pretendido quando pergunto:

— E exatamente quanto você esperava ganhar?

Ela entrelaça os dedos no meu peito e descansa o queixo nas mãos.

— Quanto vale o trabalho?

Eu sorrio. Boa tentativa.

Ela encolhe os ombros quando não caio na dela.
— Um milhão.

Levanto minha sobrancelha. Ela bufa.

— Quinhentos mil?

Ela parece tão esperançosa com seus grandes olhos verdes feito boneca que não consigo deixar de afagar seus cabelos. Muito bem. Por que não dar a ela um pouco de orgulho quando a privei da liberdade?

— Me diz o que você fará com o dinheiro.

Ela dobra as pernas e cruza os tornozelos.

— Sapatos, bolsas, joias.

Por que o pensamento dela esbanjando coisas que mulheres gostam envia um choque de calor direto ao meu peito? Eu nunca quis brincar de casinha, mas imaginá-la usando coisas bonitas, vestidos para parecer bem só para mim, tem um apelo inesperado. Ela está brincando um pouco. Seu meio sorriso diz isso, mas de repente quero isso: sapatos, bolsas e joias. A ilusão.

Enrosco meus dedos nos cabelos dela.

— Você sabe o que vai acontecer se deixar as informações vazarem, certo, princesa? — Apesar de toda a doçura que ela me faz sentir, não posso me acalmar.

— Sim. — Ela não estremece ou pisca. Me entende. Entende como isso funciona, porque ela faz parte do meu mundo.

— Bom.

Ela puxa meu cabelo.

— Isso significa um sim? Quinhentos?

Eu pego a mão dela.

— Veremos.

Ela pressiona a bochecha no meu peito, mas não antes que eu vislumbre seu sorriso.

— Quem ordenou o golpe?

Goste ou não, ela está nisso. Ela está na minha vida, porque nunca mais a deixarei sair da minha vista.

CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora