Cap. 27 - Porque Eu Queria

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Pov Lauren Jauregui

Estar trancada está, lentamente, me deixando louca. Não estou acostumada a ficar fora de ação. Eu prospero com o perigo e a adrenalina, não ficando enfiada na casa de Camila sem nada para fazer além de cozinhar. Claro, há muito perigo e adrenalina na minha situação atual, o suficiente para atrair meu lado sombrio, mas sou uma participante passiva, pouco disposta – exceto quando Camila me leva para a cama. Mas insistir no que não posso mudar só piorará as coisas, então, ignoro a apatia que sinto por mim e vou para a cama logo após o jantar.

Camila segue logo depois, seus braços firmemente em volta de mim, me ancorando a ela de uma maneira mais do que física. Ela me intriga, essa assassina perigosa. Sou atraída por ela tanto quanto quero escapar desta prisão enlouquecedora. É conflitante. Confuso. Isso me deixa ainda mais inquieta.

— O que há de errado? — Ela sussurra no meu ouvido.

— Nada.

— Você não disse uma palavra durante o jantar.

— A conversa é outro requisito? Além de ser seu brinquedo sexual?

— Lauren. — Há um aviso na voz dela, não é sutil.

Fecho a boca antes de dizer algo que só vai piorar uma situação já impossível. A mão dela desliza sobre o minha barriga, sob a camiseta de algodão que estou vestindo, descansando no meu quadril. Ela já está dura. Sei o que ela quer, mas não tenho certeza se consigo mudar este clima estranho e apático.

— Estou cansada — Sussurro.

Ela ainda está na nossa posição de conchinha.

Espero que ela me conteste ou me desafie, mas Camila apenas passa o braço em volta da minha cintura novamente e me puxa mais contra ela. Quando muda para uma posição confortável, como costuma fazer antes de dormir, tenho uma vontade inexplicável de chorar. Ela não tentou me forçar ou seduzir. Simplesmente aceitou que eu estou cansada, e estou incomumente devastada, quanto pateticamente agradecida por sua consideração, e irracionalmente triste por eu ter ferido seus sentimentos.

Eu puxo uma respiração curta e trêmula.

— Não é você.

— Vai dormir — Diz ela em um tom cortante, mas a frieza se parte, uma pontada de calor penetrando.

Fechando os olhos, bloqueio os pensamentos perturbadores que se repetem em minha mente, e não demoro muito para adormecer. Eu realmente estou cansada.

Mas o alívio do descanso não dura muito antes de eu voltar ao carro, neve e árvores passando rapidamente enquanto os faróis iluminam a estrada de asfalto.

Nós fazemos a curva e meu estômago aperta.

Eu sou Lauren, a adulta, sentada atrás. Pareço uma observadora quando o carro pára. É Lauren, a adulta, que sai com meus pais, a adulta que deveria protegê-los, mas a arma na minha mão é brilhante e azul. Plástico.

— Não!

Um tiro dispara. Minha mãe cai, seus cabelos cobrindo o rosto.

Pop!

Meu pai cai de joelhos.

— Não!

Eu pulo nos homens, apunhalando-os em seus braços brancos, frouxos e machucados por uma seringa, apenas o suficiente para imobilizá-los. Apenas o suficiente para amarrá-los e fazê-los olhar para mim, mas eles não conhecem Lauren, a adulta. Eles conhecem apenas a garotinha. E eles há muito se esqueceram dos meus pais. Eles morrerão sem confessar seus pecados, porque não podem confessar um pecado que nem se lembram.

CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora