Pov Lauren Jauregui
Faz um tempo desde que Camila saiu, levando minhas roupas sujas, mas o cheiro de sândalo almiscarado e pimenta picante permanece. Ao contrário de sua personalidade avassaladora, sua colônia é sutil e delicada, mas ainda domina o galpão, o suficiente para mascarar o cheiro de mofo da madeira em minhas narinas.
Está presa à camisa dela, a que estou vestindo.Por que ela me banhou, alimentou e vestiu com algo limpo? Isso é alguma tática psicológica, uma maneira de me suavizar antes de me quebrar? Nesse caso, será mais eficaz. Se ela for fisicamente cruel comigo mais tarde, essas gentilezas farão com que pareça pior.
Barras de sombras das finas lacunas entre as tábuas da parede se estendem pelo chão e finalmente desaparecem. Grilos começam a cantar. Há um em algum lugar no canto do galpão, preso aqui dentro, como eu.
Sua música está desafinada com o coro dos livres lá fora. Eu me distraio tentando encontrar meu pequeno companheiro, mas o brilho da luz que Camila deixou não alcança os cantos. Ele cai ao meu redor em uma piscina branca, falhando em alcançar os cantos escuros do meu coração, onde o medo é desafinado.
Está completamente escuro lá fora quando a porta se abre e Camila entra no galpão carregando duas caixas de metal. São compêndios genéricos, do tipo que podem ser usados para armas ou instrumentos de tortura.
O nó no meu estômago aperta quando olho das caixas para o rosto dela. Suas feições angulares são definidas em uma expressão dura, e a beleza de seu rosto, de alguma forma, faz com que pareça mais perigosa, mais calculado. Ela tranca a porta e caminha. A cada passo que dá, meu interior se comprime.
Ela coloca as caixas aos meus pés.
— Como está, minha garçonetezinha?
A acusação é amarga. Responder a isso apenas aumentaria sua ira. E não posso culpá-la por se sentir assim. Entendo como isso parece da perspectiva dela. Uma noite nos encontramos e fazemos sexo, e quinze meses depois, ela descobre que sou a sniper que tentou matar seu amigo/chefe. O que ela deveria pensar? A única conclusão lógica é que eu estava espionando ela naquela noite no bar.
Ainda por cima, por eu ter mentido para proteger Gergo, ela acredita que ajudei a armar não apenas contra Sokolov, mas ela e seu irmão, preparando o rosto na equipe que cometeu um terrível ato de terrorismo. Ela não sabe que eu não tinha ideia do que Henderson faria com os homens da Força Delta cujos arquivos eu lhe dei, nem que eu nunca teria aceitado o serviço de Sokolov se tivesse alguma pista de que ele estava conectado a Camila. E não posso dizer a verdade a ela.
Aos olhos dela, sou um monstro sem coração e tenho que permanecer assim enquanto me deixarem viver.— Vamos fazer isso ao contrário — Diz Camila. — Você vai me disfarçar para eu parecer um dos idiotas da Força Delta. — Inclinando-se, ela agarra os apoios de braço e acrescenta em uma voz suave e ameaçadora:
— Pelo seu bem, espero que você falhe.
Eu engulo seco. Já falhei quando assumi a responsabilidade pelo trabalho.
Seus lábios carnudos se inclinam em um canto, mas não há nada de amigável no gesto.
— Pronta, princesa?
Eu concordo.
Sua boca paira sobre a minha.
— Se você tentar qualquer coisa, vou fazer você desejar que estivesse morta. Entende?
Tremo mais pela libertação fria do que pela própria ameaça.
— Bom — Diz ela, tomando o meu silêncio como resposta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CAMREN: Passado Sombrio (G!P)
FanfictionDe inimigas, a amantes! Lauren Jauregui é perigosa. Mas, Camila Cabello é letal! Em seus braços, encontro o inferno e o céu; seu toque cruel e terno me destruindo e me elevando ao mesmo tempo. Dizem que um gato tem sete vidas, mas um assassino, ape...