Cap. 14 - Perdi a Guerra

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Pov Lauren Jauregui

O pesadelo é horrível. Estou de volta no carro com meus pais, segundos antes de fazer a curva na estrada. Eu peço um biscoito. Minha mãe sorri de volta para mim. Seu cabelo está solto e sedoso ao redor do rosto. Meu pai pega a mão dela. Ela me diz que tenho que esperar um pouco mais. Vamos jantar em breve. Meu corpo vai para frente quando meu pai pisa no freio. O homem bate na janela com uma arma, os lábios puxados sobre as gengivas em um sorriso.

Eu grito e grito.

— Lauren!

Tremendo. Alguém sacode o carro comigo ainda lá dentro. Meu cérebro bate no meu crânio. Minha cabeça dói. Mamãe. Papai. Seus olhos estão abertos, mas eles não estão respondendo.

— Não!
Tremo mais.

— Lauren. — Uma voz forte, falando em russo. — Acorda.

Aquela voz. O timbre áspero é familiar. Há uma lembrança de mãos fortes embalando minha cabeça, uma voz suave me pedindo para deixar acontecer. Quero prestar atenção, afundar de volta na escuridão onde os sonhos não existem, mas o tremor não me deixa. Um aviso atravessa o torpor, e isso também não me deixa ir.

Camila.

É como uma faca espetada no meu peito.
Ofegando, me esforço para uma posição sentada.

— Calma. — As mãos fortes da minha memória me empurram para baixo.

Minhas costas atingem uma superfície macia. Eu pisco, lutando para me concentrar. A luz piora a dor na minha cabeça.

— Beba isso.

Uma mão alcança minha nuca e levanta minha cabeça. Meu olhar colide com o castanho-chocolate. Camila me olha com seriedade.

Ela coloca uma pílula na minha língua e leva uma garrafa d'água aos meus lábios.

— Para a dor de cabeça.

Eu estou viva.

— Você não me matou — Murmuro, lutando para entender qualquer coisa.

— Te dei um sedativo.

— Mas o jantar...

Ela arqueia uma sobrancelha, esperando que eu termine.

— A louça sofisticada, o vinho — Continuo com voz rouca — eram a última refeição.

— Você precisava estocar energia para a longa viagem.

Eu lambo meus lábios secos.

— Há quanto tempo estou desmaiada?

Ela olha o relógio.

— 20 horas.

Olho em volta em pânico. O quarto é pequeno, mas moderno. As paredes brancas são decoradas com fotografias emolduradas. São paisagens em preto e branco.

— Onde estou?

— Praga.

Tento me sentar novamente.

— O quê?

Ela me segura.

— Você está na minha casa. Fique parada. O sedativo era forte. Ele precisa sair do seu organismo.

— Ah. — A estrutura volumosa de Ilya aparece na porta. — Você está acordada.

Camila fica tensa.

— Quase. Dê um tempo a ela.

A expressão de Ilya fica azeda, mas ele sai.

Camila coloca a água na mesa de cabeceira.

CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora