Cap. 24 - Estabelecendo Limites

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Pov Lauren Jauregui

Voltamos à casa de Camila no final da tarde, depois que ela se assegurou de que nossa pintora fraudulenta está dentro do cronograma com a réplica de Salvator Mundi.

Ilya está descansando no sofá com uma cerveja. Ele nos informa que Anton foi pegar os rifles de precisão de seu fornecedor. O apartamento parece surpreendentemente limpo. Ilya deve ter ficado ocupado. Espero que seja por isso que ele pareça tão descontente, e não porque o clima entre os irmãos está longe de ser esclarecido.

Camila diz que tem negócios particulares para cuidar. Enquanto penduro o vestido no armário de Camila, a ouço perguntando a Ilya se ele vai acertar desta vez – isso significa ter certeza de que eu não fuja.

Ilya responde com um resmungo de:

— Foda-se.

Ótimo. Então o clima ainda não está bom, afinal. Quando Camila se vai, eu tento ser útil e fico longe de Ilya lavando a roupa e pensando no que cozinhar para o jantar. No entanto, estou muito distraída para tomar uma decisão tão mundana. Não consigo parar de pensar na aparência ousada de Gergo e na vingança planejada de Camila sobre meus agressores. Também me preocupo com Hanna. Gostaria de poder ligar para ela.

Depois de ver o conteúdo da geladeira pela terceira vez, bato a porta com um suspiro. É inútil.

— O que você gostaria para o jantar? — Pergunto a Ilya.

Ele cruza os tornozelos na mesa de café.

— Tanto faz.

— Isso não ajuda. — Suspirando de novo, arrumo o lounge pegando as revistas antigas e a garrafa de cerveja vazia de Ilya, deixando um anel molhado no tampo da mesa de café de madeira.

— Lauren — Ele exclama quando eu me endireito.

Eu paro.

— O quê?

Apontando para o meu rosto, ele se levanta.

— Seu nariz. Está sangrando.

Merda. — Pressiono minha mão livre sob o nariz para não sujar o tapete imaculado de Camila e corro para a cozinha, onde despejo a garrafa e as revistas na lixeira antes de pegar uma toalha de papel. Inclinando a cabeça para trás, espero o sangramento parar.

— Me deixa ver isso — Diz Ilya, chegando mais perto.

— Não é nada. Acontece às vezes.

Ele pega meu cotovelo.

— Vem se sentar.

— Não. Não quero manchar o carpete.

— Foda-se o carpete. — Ele me leva para a mesa e me empurra em uma cadeira. — Você precisa de gelo ou algo assim?

— Não. Vai parar em um minuto.

— Você fala de um jeito como se isso acontecesse muito.

— Às vezes — Digo novamente.

Ele pega o telefone do bolso.

— Vou ligar para Camila.

— Não. — Eu agarro seu braço.

Na urgência no meu tom, ele me dá uma olhada rápida.

— Não quero preocupá-la por nada — Explico.

— Não acho que isso não seja nada.

— É uma hemorragia nasal. Não é como se uma parte do meu rosto tivesse sido amputada.

CAMREN: Passado Sombrio (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora