Fascínio

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P.O.V Saphira

Meus olhos se abrem involuntariamente. Sinto meu corpo confortável, quentinho... não quero lembrar da realidade. Essas roupas realmente salvaram minha noite de sono. Apesar disso minha cabeça dói e sinto fome, sinto meu rosto úmido, devo ter chorado durante a noite. Tudo parece um borrão. Meu colar pesa em meu pescoço, consigo ver a luz azul inconstante irradiando dele.

A contragosto, começo a me levantar da cama e levo um susto ao perceber que não estou sozinha no quarto.

-Bom dia, bela adormecida. -Victor me encarava de pé perto da porta, com um sorriso de lado. Estava com umas roupas estranhas, uma camisa branca, casaco branco e uma calça de tecido da mesma cor, somente seus tênis pretos destoavam do restante do conjunto. Seus cabelos loiros, porém, continuavam perfeitamente arrumados em um topete.

-Por que está aqui? -o olhei desconfiada e receosa. Ele se desencostou da porta e se aproximou mais sentando-se na beira da cama onde eu havia caído sentada após me assustar com sua presença.

-Hector está esperando você para o café da manhã. -ele suspirou e eu fiz uma careta, não queria nunca mais ter que ficar perto daquele monstro, só por ouvir falar dele o hematoma em meu rosto começa a doer. -Na verdade, eu esperava poder conversar com você antes, Saphira, por favor.

-Não tenho nada pra falar com você. -murmurei cruzando os braços.

-Eu sei que não tem motivos pra confiar em mim mas, acredite -seu tom de voz não era mais que um sussurro, como se estivesse prestes a me contar um segredo de Estado, sua cabeça se inclinou em minha direção. -eu não sou seu inimigo, prometo, só preciso manter essa imagem para que Hector permita a minha presença aqui.

-Não já passamos dessa fase? -arqueei a sobrancelha. -Eu cansei de tentar entender esse seu joguinho duplo, Victor. Você mesmo me disse que esta é a sua casa e, a julgar pela minha situação aqui, vocês me parecem bem próximos pra que ele te mande embora.

-Me desculpe, eu sinto muito por tudo que aconteceu... -ele agora estava ao meu lado, eu o interrompi irada, só pode estar brincando comigo.

-Aquele psicopata me agrediu ontem, você me trouxe até ele, devo acreditar que sente muito?! Isso é culpa sua também, sabe disso, eu já disse. Estou cansada de ser arrastada de um lado a outro como se fosse um objeto. -levantei da cama, magoada demais, frustrada demais.

-Eu sei. -Victor disse baixinho. -James também nunca vai me perdoar por isso.

-Qual é a relação de vocês com James, afinal? -me virei para ele ainda com os braços abraçados ao corpo, buscando o calor de meu moletom, então me lembrei de uma coisa que James me disse quando dormimos juntos em seu quarto pela primeira vez. Minha voz não passava de um sussurro. -Você, Hector... me parecem familiares de uma forma que eu não entendo. Ele disse que eu tenho que tentar lembrar...

Os olhos verdes do vampiro despencaram e sua expressão ficou ainda mais melancólica, foi então que percebi que a janela estava aberta, uma brisa gelada bagunçou meus cabelos e eu estremeci, meus olhos ficaram cerrados em reprovação. Arfei quando encarei o rosto de Victor e vi as veias ao redor de seus olhos, sinal de sede em qualquer vampiro. Só o que faltava.

-Seu cheiro... -seus olhos ficaram vermelhos e a voz rouca de desejo, dei dois passos pra trás, ofegante. Deuses, não. -Me desculpe, é que... é impossível não me afetar.

-É impossível sim! Eu sou uma loba, vampiros sentem repulsa ao nosso cheiro, sempre foi assim. Por que você reagiu desse jeito, por que meu sangue tem esse efeito em você? -perguntei exasperada e confusa.

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