Espíritos da natureza não fazem guerra, querida, homens fazem

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-Eu preciso da sua ajuda. -sussurro estendendo minhas mãos luminosas para ela.

P.O.V Saphira M. Lockwood

Os lábios da sacerdotisa se fecharam em uma linha e seu rosto ganhou um aspecto preocupado.

-Sim, querida, agora eu vejo. -ela diz, estala os dedos e eu sinto o cômodo girar em 360º.

Meus ouvidos doem, não sei se pelo meu grito agudo, por ouvir os gritos de Katarina, Aaron e Dustin ou pela vertigem. Fecho os olhos com força rezando para não morrer, seja lá o que esteja acontecendo agora.

-Pode abrir os olhos. -ouço a voz longínqua de Trista.

Abro um de meus olhos, receosa, quando me sinto um pouco segura, abro o outro.

-O que foi que você fez? Onde estamos? -pergunto olhando para os lados. O lugar é escuro, há uma espécie de altar, eu acho, as paredes têm várias ilustrações da lua em suas diversas fases. O altar tem, no centro, uma esfera que eu posso descrever como uma bola de cristal. Velas por toda parte ao redor do altar, uma luz que não faz muita diferença. 

(Imagem ilustrativa, mais ou menos como esta autora imagina)

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(Imagem ilustrativa, mais ou menos como esta autora imagina)

-Se chama teletransporte. -ouço sua voz ainda distante, talvez sejam meus ouvidos.

-O que? -pergunto, grogue, me sentindo tonta. Passo a mão pelos cabelos tentando focar minha visão. -Pra onde você me trouxe?!

-Você veio até aqui porque quer respostas. -Trista surge ao meu lado, me fazendo dar um pulinho pelo susto, não a vi tão perto. -Este lugar é... a origem.

-Origem do quê? -pergunto tentando acompanhá-la. Esse lugar me faz sentir um pouco estranha.

-Da nossa história. -ela diz, caminhando lentamente um pouco mais à frente, seu vestido preto arrastando pelo chão, coberto de runas. -O Santuário original. A construção atual foi feita ao redor deste lugar, Eras atrás.

-Santuário original. -repito encarando o altar.

-Este lugar é tão antigo quanto a própria magia. -Trista continua, sua voz baixa e suave como um sussurro no vento. -Aqui, a deusa da lua nos fez seus filhos.

-Quer dizer que, os primeiros lobisomens foram criados aqui? -instigo olhando ao redor, parando em seus olhos.

-Sim. -ela sorri. -O que todos dizem é que aqui a Lua nos concedeu os dons da força, da velocidade, dos sentidos e da metamorfose. Nossa conexão com a natureza nasceu aqui. Os primeiros lobos foram criados pela magia da lua, a mesma magia que você tem. 

-Magia da lua. -repito, flashes vêm à minha memória, a voz de Hector repetindo a mesma coisa.

-Tudo o que nós somos vem da ancestralidade, majestade. -explica. -A nossa ancestralidade nos define, os lobisomens nada mais são do que os espíritos da lua que vivem um ciclo infinito através de nós. Os lobos nascem da lua e vivem eternamente, os lobisomens são receptáculos desses espíritos primordiais que estavam aqui antes de nós, e que ainda estarão aqui quando a Era dos Homens terminar. Na Era da Magia, esse lugar foi usado pelas primeiras bruxas para adorar à deusa da Lua e foi o palco da execução de um dos maiores rituais da história da magia. O mundo era jovem naqueles primeiros dias e, bem, algumas partes da história podem ser... manipuladas com o tempo.

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