Então sim, eu poderia realmente chamar aquele lugar de lar...
A chuva caia sobre nós e era ignorada completamente. Não nos importava se estávamos encharcados, quem sabe seríamos atingidos por um raio, não importava. Estaríamos juntos de qualquer forma. Infelizmente, o ar se fez necessário e precisamos separar nossos lábios. Ambos ofegantes sob o próprio paraíso por nossas almas unidas pelo amor. Que termo mais clichê.
-Meraby. -sua voz era rouca e me atingiu como uma descarga elétrica em meu cérebro. Ninguém me chamava assim, nem mesmo minha mãe ou meu pai em seus dias de maior irritabilidade. Acho que meu coração errou uma batida me fazendo ofegar levemente.
-Dean. -respondi abrindo os olhos e encontrando a imensidão cinza, sim, desta vez não era violeta. Penso que são os vários tons que ele tem, suas várias partes. Observei seu rosto tocando-o atentamente, só então notei os ainda recentes ferimentos leves que ainda apareciam em seu rosto, na parte superior de seu nariz e no meio de sua bochecha, ambos eram verticais. -Seus cortes ainda estão aqui. Dói?
-Não tanto quanto minha honra. Um vampiro me feriu. -ele disse curvando os lábios em uma careta. -Me sinto no mínimo desmoralizado.
-Se quiser eu não conto que tive que matar um por você. -falei sorrindo marota.
Ele me olhou sério e depois deixou escapar uma gargalhada linda. Parecia descontraído, leve e despreocupado. Era bom vê-lo assim, diferente de outros momentos, normalmente ele não riria assim pra mim, eu acho. Me abstenho.
-Deveria contar também que fui eu quem lhe deu a oportunidade para fazê-lo. -ele retrucou. -Se eu não lhe desse consentimento você jamais teria conseguido matá-lo.
-Até parece. -revirei os olhos. Estão agindo como duas crianças tentando decidir quem fez a maior travessura. É divertido se quer saber. -Que argumento mais sem fundamento, eu fiz o que fiz porque me permiti fazer, eu, não você. Se não estou enganada, você mesmo me elogiou depois disso.
-O que quer que eu diga? -arqueou a sobrancelha e seus braços me puxaram para mais perto. Se é que era possível. -Sim, é verdade, você foi incrível! É isso?
-É pouco, mas serve. -dei de ombros, meus dentes começaram a ranger, meus lábios estavam gelados. A chuva ficava cada vez mais forte deixando tudo cada vez mais frio. -Por falar no que houve. -pisquei duas vezes recordando do que acontecera na suíte. -Lembro agora que... É que... Como chegou tão rápido no quarto? Se quando recebi sua mensagem você ainda estava do lado de fora, pelo que entendi você ainda estava entrando no hotel.
Seus lábios se contraíram e ele livrou-se do blazer que usava, deixando seu dorso completamente nu.
-Eu, -pausou ganhando tempo, enquanto jogava a peça de roupa em um canto qualquer. Pôs uma mecha de meu cabelo para trás de minha orelha, a umidade me incomodava demais, mas seu toque era bom em qualquer circunstância. -senti o vampiro no elevador. Subi por fora do prédio, pelas sacadas dos outros apartamentos e entrei pela sacada do nosso, ao lado da cozinha.
-Como subiu tudo aquilo tão rápido? - arregalei os olhos levemente. A menos que ele tenha se transformado, não havia como ter subido todos aqueles andares tão rápido a ponto de chegar mais rápido que o ruivo (e ainda, tão rápido que não chamasse atenção de ninguém que poderia estar nas sacadas), afinal, o nosso era o último andar daquele hotel enorme. -Sabe, vampiros são obviamente conhecidos por sua velocidade, no entanto o vampiro chegou quase no mesmo momento que você. Foi no mínimo, bem rápido.
-Está subestimando minhas habilidades? -fingiu-se de ofendido e em seguida engoliu em seco desviando os olhos para o céu. Uma gotícula de água desabou em seu olho esquerdo, porém ele não se repeliu, ao contrário, pareceu não sentir nenhuma irritação ou ao menos reação defensiva do olho em si. -É melhor entrarmos, está tarde e a chuva está aumentando.
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Minha [Em Atualização]
Hombres Lobo"Só o que eu vejo quando me olho no espelho é uma enorme bagunça" "Se você se acha uma bagunça, não se preocupe, hoje você encontrará alguém disposto a arruma-la ou simplesmente deixar pra lá e amar essa bagunça" "Meu pai é o Alfa da nossa alcatéia...