P.O.V Saphira
-Você é louca! Eu não posso deixar que se ponha em perigo desse jeito, Saphi! -Victor tentou argumentar com um olhar preocupado, era engraçado como ele achava que tínhamos intimidade para que me trate por um apelido, sua expressão fazia seus olhos pareciam ainda maiores.
-É mesmo? Se fosse verdade não teria me sequestrado. Você não precisa vir, eu vou, não preciso da sua permissão. -respondi já começando a descer os degraus, ajustando o casaco de Victor ao corpo, me sentindo desconfortável com esse vestido, só de lembrar do olhar de Hector já tenho vontade de rasga-lo.
-Droga. -ouvi o vampiro praguejar atrás de mim, estava me seguindo.
Não me importo, só quero sair daqui, começo a sorrir involuntariamente. Estávamos descendo as escadas o mais rápido que podíamos, os degraus de marfim não machucaram tanto os meus pés já sensíveis.
-Gentileza sua me acompanhar. -falei, ofegante, me utilizando dos corrimãos para me manter no caminho, Victor é mais rápido que isso e eu não entendo porque ele insiste em vir comigo, poderia fugir, poderia fazer mil coisas mas está aqui me seguindo, ele é contraditório, um incógnita. -Sabe que está indo direto pra uma matilha nada amigável, não sabe?
-Sei. -murmurou. -Uma hora ou outra isso iria acontecer mesmo. Mas antes disso alguém tem que garantir que você não vai explodir ninguém. Nem faz ideia de pra onde está indo.
Revirei os olhos. Não sei exatamente o motivo, mas me sinto confortável e cada vez mais familiarizada com o vampiro, depois do que eu vi, é como se houvesse muita coisa sobre ele em mim que estava somente adormecida, mas que já me induzia a não desgostar de Victor. Tirando o fato de que ele te sequestrou, claro, é um amor de pessoa. Nunca pensei que você teria a tal Síndrome de Estocolmo, não quero nem pensar no que James vai fazer quando der de cara com ele. Estamos fedendo a vampiro.
-Só espero que estejam todos bem. -sussurro ansiosa.
O barulho de objetos quebrando ficava cada vez mais alto, os rosnados também. Ao chegar no último degrau pude ver claramente a carnificina. Senti meus lábios se entreabrirem, um arrepio me transpassou pela preocupação com toda aquela agressividade. O medo, o que estou vendo é um verdadeiro campo de batalha com todos os horrores. Podia ver as cabeças de vampiros rolando sob as patas dos lobos, meus pés foram instintivamente para trás quando um pedaço de perna rolou em minha direção. Teria me desequilibrado se Victor não tivesse posto a mão em minhas costas, tirando imediatamente murmurando um "ai". Arregalei os olhos ao ver que sua mão teve parte do tecido desintegrado pelo contato com o poder que me rodeia, por incrível que pareça ele não me incomoda, mas realmente queimou a pele pálida e gelada de Victor. Será que isso acontece com qualquer um que tente me tocar agora? Minha cabeça vai explodir.
-Esqueci que isso queima. -resmungou balançando a mão no ar em busca de alívio.
-Desculpe... Pelos deuses! -meus olhos mal conseguiam acompanhar os atos de violência, eu sentia cócegas nas mãos, todo o poder que emanava delas e me rodeava ameaçava ficar fora de controle.
Não, eu só preciso respirar fundo, posso controlar, sei que posso. Tento lembrar do que pode ter me feito direcionar a energia azul para Hector, sei que o odeio, sei que realmente não queria que ele chegasse perto, talvez... esses poderes refletiam minhas emoções. Eu não sei muito sobre magia, quero dizer, magia desse tipo, nunca tive experiência - obviamente - mas isso... sinto como se fosse meu, me pertence, é parte de mim, uma extensão minha feita de magia. Eu tenho que conseguir controlar, não posso ser uma descarga elétrica ou fogueira ambulante.
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Minha [Em Atualização]
Manusia Serigala"Só o que eu vejo quando me olho no espelho é uma enorme bagunça" "Se você se acha uma bagunça, não se preocupe, hoje você encontrará alguém disposto a arruma-la ou simplesmente deixar pra lá e amar essa bagunça" "Meu pai é o Alfa da nossa alcatéia...