katnis já era...

1.5K 116 0
                                    

Acordei bem cedinho, tomei meu café e sai de casa para ir direto a escola. No caminho recebi uma ligação de Cristina, que aparentemente estava desesperada.

- alô... com quem gostaria de falar?

- Bruno, sou eu, Cristina.

- Oi Cris, tudo bem?

- Não! (Ela começou a chorar)

- O que  foi? O que aconteceu?

- Katnis...

Quando ouvi o nome dela me arrepiei. Ela já havia me prejudicado tanto que o pior não poderia ter acontecido. Já faziam dois meses que eu não tinha contato com ela e da última vez que havia conversado com Matias, ele me dissera que ela estava se enrolando com um cara do bairro, mesmo estando grávida. O pior, é que mesmo ela me acusando, não tinha certeza de que o filho que ela estava esperando era meu, pois ela sempre foi "atirada".

- O que houve com katnis?

Cristina ficou em silêncio, e depois me contou toda a tragédia.

- Como seu pai havia lhe dito, ela estava se envolvendo com um cara aqui do bairro chamado Marcos. Ele era um dos maiores traficantes da cidade, você vai se lembrar... deixa pra lá. Então a Polícia estava investigando a tempos uma possível formação de quadrilha...

- Diga logo Cris. Estou criando histórias em minha mente já.

- Ele estava mesmo em uma quadrilha. A Polícia descobriu e foi atrás, só que na noite passada tudo aconteceu errado. A Polícia invadiu a casa do Marcos e ele reagiu com balas. Daí ali mesmo houve troca de tiros e katnis estava bem no meio.

- Ah meu Deus...

- Marcos colocou katnis rapidamente no carro na tentativa de fugir, mas foram seguidos. No caminho, o pneu de trás do carro estourou e capotaram ribanceira abaixo...

Eu fiquei pasmo. No meio da rua precisei apoiar num poste para não cair. Não acreditei que tudo havia acontecido assim, sem nem saber...

- Bruno, katnis morreu na hora!

Empalideci, o celular caiu da minha mão e tudo girou. Não sabia o que pensar e ainda não estava acreditando naquilo. Katnis morta? Como?

Comecei a passar mal, enquanto Cristina gritava do outro lado da linha. Pedi ajuda a um casal que passavam de carro mas não me deram atenção e a partir daí como de costuma, apaguei.

...

Abri os olhos, demorei um pouco para diagnosticar a paisagem até me dar conta que eu estava na Universidade. Ao meu lado,  Amanda sorrindo, e logo a frente o enfermeiro do nosso bloco de salas.

Sentado na cadeira estava Fernando, escrevendo aflitamente em seu caderno algo que impossível era saber.

- Foi ele. (Disse baixinho Amanda)

- Foi ele o que?

- Ele quem te trouxe para cá. Disse que estava passando quando viu você desmaiado no Banco. Então te carregou até aqui.

- Não brinca? Meu Deus...

Lembrei de katnis. Ainda não acreditava no que Cristina havia me dito e mesmo que fosse verdade, o que eu deveria fazer?

Fernando se levantou, me olhou e saiu. Amanda fez sinal para que seguissemos, mas eu não estava com cabeça para tentar um novo romance, sabendo que minha ex-namorada havia morrido e com um bebê que eu nem sabia se realmente era meu filho.

Contei tudo a Amanda, desde o começo e então ela entendeu. Tivemos todas as aulas, no final, ela me levou para casa e ficou um tempo comigo.

Era tarde quando ela se foi, deixando me sozinho na escuridão da minha mente.

Mesmo com tudo o que katnis havia feito a mim, nunca desejei tanto mal a ela.

Me ajoelhei na beirada da cama com uma vela acesa e então decidi orar pela sua alma

...

Três batidas em minha porta...

- Quem é? (Falei com voz de choro)

- Sou eu, Johnas.

- Entre...

Ele entrou. Meu Deus, sempre me dando arrepios e tendo uma recaída. Mas porque eu devia sentir isso justo com meu irmão e não poderia ter sido assim com katnis.

Ele sentou do meu lado e disse:

- Eu sei que é difícil, mas tem que se manter forte.

Sua voz me deixava louco demais. Enquanto ele falava, apenas observava sua face com carinho. Mesmo lembrando em katnis, pensava na noite com meu irmão... e... adormeci...

Quando acordei, ele estava ao meu lado, se passando por meu anjo da Guarda.

O amor contra o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora